COMENTÁRIOS SOBRE ACONTECIMENTOS DO DIA A DIA E DIVAGAÇÕES SOBRE EXPERIÊNCIAS PESSOAIS
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Astrologia
Mais adiante a jornalista concede em avisar: «Segundo a astrologia – que uns defendem como ciência e outros como mera superstição –…». Se esta ressalva estivesse no início do artigo, antes das afirmações citadas, ainda vá, embora seja de duvidar que pessoas sérias defendam a astrologia como ciência. Ou estão de má fé ou não sabem o que é ciência e desconhecem o método científico como meio de explicação dos fenómenos naturais.
Um jornal sério não deveria incluir estes disparates e este apelo ao recurso à astrologia e crendices semelhantes nas suas páginas. Isto não vai lá com um mapa astral, isto só lá vai com bom senso e seriedade, o que manifestamente falta quando se promovem estas superstições e se incita descaradamente à consulta dos seus promotores.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Como vai a nossa engenharia!

LISBOA S.O.S.: Anfiteatro do Instituto Superior Técnico: porreiro, pá.
e também no Blasfémias.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
O governo responde perante o parlamento ou é o inverso?
Até que enfim, que um deputado, desta vez uma deputada, a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, lembra o PM que é ele que deve responder às perguntas dos eleitos pelo povo. Pois Sua Excelência não gostou e com ar revoltado disse à deputada que estava na AR para um debate e não para um interrogatório. Pois era, mas não devia esquecer que ao parlamento cabe o dever de fiscalizar os actos do governo e que deve portanto pôr questões, não devendo o PM escusar-se a responder. Já ser o PM a interrogar os deputados, é pelo menos aberrante.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Tempestade: uma imagem impressionante

Quanto custam as energias alternativas?
Li anteontem, no jornal i, que «cada um dos 5,3 milhões de clientes paga: * 36,3 euros por ano para a amortização do défice tarifário que inclui juros, * Cerca de 130 euros por ano para financiar o regime de produção especial que inclui eólicas, solar, mas também cogeração industrial».
Isto representa um total de cerca de 689 milhões de euros pagos pelos consumidores. Resta saber qual a fatia dos contribuintes. E não tenho escolha, não posso recusar-me a pagar, se quero continuar a ter electricidade em casa!
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
TGV
O empurrão para o abismo
Pior do que responder ao fogo, deitando-lhe gasolina. E mais uma prova de que o abismo chama o abismo.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Mitos sobre Salazar
O primeiro aspecto corresponde à repetição de mitos sobre a influência tentacular da ideologia do Estado Novo sobre os indivíduos e sobre as famílias:
Diz Marta Rebelo: «Nós por cá tínhamos a caneta azul da censura sempre pronta a cortar palavras excessivas ou críticas do regime.» Ora, como filho de um crítico que muito escreveu em jornais e tendo eu próprio colaborado num jornal de estudantes, conheci infelizmente de muito perto a acção da censura e posso rectificar que não se tratava de uma «caneta azul», mas sim de um lápis azul.
Neste caso a rectificação é mínima e quase ridícula. mas já não o é nas seguintes afirmações: «Tínhamos a Mocidade Portuguesa, meninos para um lado, meninas para outro, para crescermos dentro da ordem e conscientes dos valores vigentes: ‘Deus, Pátria e Família’» Ora marchei no pátio do liceu com a Mocidade Portuguesa, evidentemente separado das meninas, que até o liceu era só para rapazes, detestei a Mocidade Portuguesa, mas nunca ninguém me falou em Deus, na Pátria e em Família. Talvez os ímpetos iniciais da Mocidade Portuguesa como organização de doutrinação dos «valores vigentes» já se tivesse então perdido, mas na minha época as actividades limitavam-se a marchar e fazer algum desporto; nem a farda era obrigatória e muito poucos a usavam.
Outra frase: «E em cada casa, por cima do rádio ou depois da televisão adornada com o naperon, uma fotografia do Presidente do Concelho…» Nunca vi fotografias de Salazar em nenhuma casa particular; acho esta afirmação perfeitamente fantasiosa. É certo que não frequentava muito casas de adeptos do regime, mas em casas de famílias normais era coisa que não existia. Bem bastavam as fotos nas escolas e repartições públicas, que aí sim, a par do Presidente da República, a fotografia de Salazar era obrigatória.
Finalmente, afirmar que «tínhamos a polícia secreta, a PIDE, que afastava ajuntamentos de mais de três…» é um manifesto exagero. Não tinha a PIDE mais que fazer!
O segundo aspecto corresponde a uma falsidade científica: «António de Oliveira Salazar … conseguiu … codificar a nossa genética como povo.» «Nos dias de hoje … inauguraram uma praça com o seu nome… Não há maior prova de contaminação do nosso ADN pela tacanhez do presidente do Conselho.» Ora no tempo de Salazar não eram conhecidas técnicas de manipulação genética e os caracteres adquiridos (admitindo que Salazar transmitiu a sua tacanhez às gerações que viveram o Estado Novo) não se impregnam no ADN nem codificam a genética dos indivíduos.
sábado, 12 de dezembro de 2009
«
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fecharA realidade do País em 2009 é de que há mais de 560 mil desempregados, 20% de Portugueses pobres, um défice público superior a 8% do PIB, uma dívida externa que cresce mais de 30 milhões de euros/dia, uma crise económica e social generalizada, falta de competitividade das empresas, corrupção instalada, desprestígio nas instituições políticas, uma queda acentuada da natalidade (que se prevê já abaixo dos 100 mil nascimentos em 2009), e por aí fora.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Kafka não inventaria melhor
Só me veio à memória Kafka e um romance inédito escrito pelo meu filho aos 18 anos que começa com um interrogatório a um honesto consultor fiscal em circunstâncias estranhas. Mas esta realidade ultrapassa a ficção. Espero reacções.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
É fazer a conta
Mas muito mais grave é a afirmação de Sócrates, sem qualquer atrapalhação, confrontado com o valor da taxa de desemprego em Outubro revelada pelo Eurostat de 10,2%: "O desemprego subiu uma décima."
Uma décima?! Uma décima de quê, uma vez que em Setembro o valor divulgado foi de 9,2%? Se pretendia dizer que subiu uma décima do valor anterior, isto é, uma décima de 9,2, até estaria certo, mas não é assim que se exprimem variações de taxas. A subida foi de 1 ponto percentual. De qualquer modo, a subida é muito grave e qualquer tentativa de disfarçar a gravidade chamando-lhe uma décima ou uma centésima é deitar poeira para os olhos. Os novos trabalhadores despedidos deveriam dar-lhe a resposta. E a crise deixou de servir de desculpa, visto que desta vez ultrapassámos a média da zona euro e da UE.
domingo, 29 de novembro de 2009
Caiu a máscara
Governo reconhece tentativa de aumento encapotado de impostos
Publicado por JoaoMiranda em 28 Novembro, 2009
Por António de Almeida no Direito de Opinião:
-Durante a campanha eleitoral o Partido Socialista prometeu até à exaustão não aumentar impostos. O executivo tem sempre desmentido as denúncias da oposição que o Código Contributivo representa um encapotado aumento de impostos. Agora que a A.R. aprovou o fim do disparate, o governo alerta para o perigo de desequilíbrio das contas públicas. A conclusão a retirar é óbvia, estava a ser contada uma mentira aos portugueses.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Sócrates tenta manobra de culpar oposição
Claro que a votação de há pouco na AR representa uma pesada derrota para o PS, para o governo e para Sócrates em particular. Além disso abre um precedente de coligação negativa que assusta a área socialista. Mas diabolizar a oposição como fez Lacão ao comentar a derrota sofrida ou de acordo com o comentário de Sócrates não parece correcto. A posição dos partidos da oposição era conhecida. O Código estava conforme o acordo conseguido em sede de concertação social? É possível. Mas não deixava de ser altamente penalizador para um largo sector das PMEs e para muitos profissionais. A referência de Sócrates a "aumento da despesa" não se aplica a este caso, haverá sim um não aumento da receita, mas como o governo afirmava e repetia que não haveria aumento de impostos, não se pode queixar agora de a oposição se opor a este aumento! Claro que as contribuições para a SS não se chamam impostos, mas não nos são impostas?
Além disso, como nota O Insurgente, a crítica de que a AR está ou quer usurpar funções do governo não tem qualquer sentido, visto ser a AR o órgão legislador por excelência.
Claro que ainda há quem se lembre que Salazar, para salvar as abaladas finanças do país herdadas da Ditadura que se seguiu ao 28 de Maio, proibiu a Assembleia de votar diplomas que implicassem aumento de despesa. Será que Sócrates quer repetir esta norma?
terça-feira, 24 de novembro de 2009
O Mau e o Bom em versão portuguesa
Esta táctica é muito usada e agora tornou-se evidente a sua adopção pelo par Gov. BdP - PM.
Constâncio faz de mau deixando entrever habilidosamente a necessidade de aumento de impostos, sem o dizer claramente. Logo Sócrates faz de bom, negando que o governo tenha essa intenção. Assim o povo cantará loas ao querido líder que o livra dos impostos. O que não disseram é que o novo código contributivo, quando entrar em vigor, vai causar um grande aumento de contribuições, que são impostos com outro nome, e que a promessa de não aumento é só para 2010, depois se verá. Não passa tudo de uma mistificação e quase apostava que o Mau e o Bom combinaram a estratégia.
Coma
Mas o que mais impressiona, como salientou o 31 da armada, foi pensar que noutros casos de estado supostamente vegetativo parece razoável evitar a continuação do suporte de vida por alegadamente inútil. Na discussão sobre a eutanásia devem ser tidos em conta casos como este.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Plano Inclinado
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Crise, corrupção e mensagem de Sócrates
O caso "face oculta" veio revelar indícios terríveis sobre a corrupção em Portugal atingindo altos responsáveis. E o pior é que se adivinha que muitas outras faces continuam ocultas.
No meio destas notícias nada agradáveis, o Primeiro Ministro convoca uma conferência de imprensa para dizer o quê? Que prepara novas medidas para ultrapassar a crise? Que o combate à corrupção será uma prioridade do novo governo? Não! Que está muito feliz e contente por finalmente terem sido ultrapassadas as dificuldades para a entrada em vigor do tratado de Lisboa. E manifesta o seu orgulho por o tratado ter o nome da nossa querida capital. Só Sócrates encontra motivos de contentamento, de felicidade e de orgulho no meio das desgraças presentes e das que se prevêem para o futuro. Não terá a noção do ridículo?
Programa do Governo e maioria
domingo, 1 de novembro de 2009
Desperdícios
Já agora, uma nota de outra ordem, referente ainda ao programa da Casa da Música: algumas ilustrações reproduzem obras de arte. É pena que não estejam devidamente identificadas: Por exemplo na página 68 um quadro de um cena fluvial é identificado apenas como "Fine Art Photographic Library - CORBIS". Título? Autor? Época?
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Esquerda, esquerdas
Estas considerações são certamente muito primárias e podem até conter algumas inexactidões. Com grande satisfação li hoje (segunda-feira, 19) o artigo de Saarsfield Cabral no Público em que muito melhor do que eu explica a impossibilidade da tal convergência de esquerda. Vale a pena ler.
sábado, 17 de outubro de 2009
Reformas
Ainda hoje a Ministra da Educação falou com elogios da importância da reforma da educação que levou a cabo. Não sei bem em que constou tal reforma, mas pelos resultados não foi famosa. Que outros sectores foram reformados? Qual o sentido dessas reformas, em que consistiram, que objectivos tinham e que estado alcançaram? Nem o governo nem as oposições têm esclarecido essas questões. Que irá fazer o futuro governo agora em formação sobre essas reformas? Espero que o programa do governo elucide alguma coisa sobre este assunto.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Coincidências: Qimonda e ciclo eleitoral
Mas afinal, o Fernando Martins que se acalme, porque logo se veio a saber que afinal não são 590 mas apenas 490. Podemos todos ficar mais descansados...
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Obama prémio Nobel!
Depois de escrever este postal, encontrei este outro, com o qual estou 100% de acordo.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Cristaloterapia
Há dias, com o meu jornal vinha um número "oferta" da revista Executive Health & Wellness, Excelência em Saúde (ano 2, n.º 14). Tirando o facto de o título da revista ser demasiado comprido e a bacoquice de estar em parte em inglês (porquê, se é, segundo parece, uma revista portuguesa, totalmente escrita em português, feita por portugueses?), pareceu-me uma revista bem feita e com artigos interessantes, mesmo para mim que não sou executivo nem profissional de saúde.
Porém fiquei espantado ao encontrar no final da revista um artigo que fugia totalmente ao estilo sério e científico do resto da revista: "Reequilibre-se com a cristaloterapia". A leitura do artigo confirmou os meus receios. Afirmações como "A [crislalo]terapia intervém no tratamento de todos os corpos energéticos (mental, psíquico, energético, espiritual), afirma a terapeuta de cristaloterapia Maria Santa"; "os seres humanos têm centros energéticos conhecidos em medicina ayurvédica por chakras e em medicina chinesa por meridianos, pontos essenciais na circulação e equilíbrio da energia, que podem determinar a saúde ou doença do organismo."; "O cristal envia a energia que possui para os nossos corpos, sendo por sua vez, um aspirador da nossa má energia" deixam muitas dúvidas sobre a base científica da cristaloterapia. No final do artigo há uma série de "Sugestões de pedras para...". Cito apenas a última, como exemplo: "-Combater as insónias - pirites de ferro, estaurolite, turmalina, ametista, crisópraso, quartzo defumado".
Cada um tem liberdade de acreditar no que quiser. Há quem acredite em rezas, quem consulte astrólogos ou magos, quem se trate com ervas, com pedras, com aromas ou com mezinhas. O que estranho é que este artigo tenha aparecido numa revista de carácter científico sem qualquer comentário que o distinga dos artigos mais conformes com a medicina convencional como ramo científico.
domingo, 4 de outubro de 2009
Ignorância ou distracção?
Anteontem, a jornalista Clara de Sousa, que considero uma das jornalistas mais competentes das nossas televisões, estaria distraída ou mal informada: A propósito de um tremor de terra na Sicília, que atingiu particularmente a cidade de Messina, referiu a destruição na "cidade da Sicília". Ora a Sicília não é uma cidade, é uma ilha que constitui uma região autónoma da Itália, sendo Messina a cidade sua capital.
Hoje, o jornal Público publica a seguinte notícia curta (página 21): «A Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, reivindicou ontem "direitos legítimos" de soberania do seu país sobre as ilhas Maldivas, num discurso perante familiares de soldados mortos na guerra de 1982 contra o Reino Unido.» Ora como seria possível que a Argentina reivindicasse direitos sobre uma república independente constituída por um arquipélago situado a sul da Índia? Claro que a presidente da Argentina se referia às Malvinas e não às Maldivas.
Em ambos os casos, qualquer olhadela a um mapa-mundi ou uma pesquisa no Google revelaria o erro. É necessária mais atenção.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Teoria de Darwin posta em dúvida na TV

A divulgação dos resultados de estudos sobre a "nossa mais antiga antepassada", uma fêmea de Ardipithecus ramidus, tem preenchido justificadamente espaço jornalístico e televisivo (não sei se também radiofónico, mas imagino que é possível). Mas fiquei deveras curioso com a afirmação ouvida num canal de TV, que infelizmente não posso identificar por não ter reparado qual era, de que estes estudos "vinham pôr em causa a teoria de Darwin". O restante da notícia, de tão resumido e confuso, não me permitiu saber como e porquê a teoria da selecção natural vinha a ficar prejudicada pela descoberta. Só a leitura posterior do artigo sobre o mesmo assunto inserto no Público veio a revelar que a falência da teoria de Darwin não passava de confusão do jornalista. O que afirma no Público é: «E hoje, uma equipa multidisciplinar de 47 cientistas, oriundos de dez países, publica na revista Science nada menos do que 11 artigos descrevendo os resultados - alguns dos quais põem em causa ideias estabelecidas da história evolutiva dos grandes símios e dos homens.» Mesmo que alguma destas "ideias estabelecidas" tenha sido estabelecida por Darwin, o que é duvidoso dado o extraordinário desenvolvimento que a teoria da evolução teve desde as suas origens, dizer que é a teoria de Darwin que está em causa não é só um exagero, é um tremendo disparate.
Esquerda e idiotas úteis
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Especular é preciso (do blog Corta-fitas)
Limito-me a transcrever, com a devida vénia, a seguinte mensagem do Corta-fitas:
«Para que não se julgue que eu não sou capaz de fazer também especulações políticas de fino recorte, aqui vai. Cavaco recebe Sócrates amanhã, faz depois a ronda pelos partidos e diz então ao secretário-geral do PS: “Já percebi que não consegue formar coligações, nem sequer garantir apoio maioritário para o seu Governo no Parlamento. Tratou tão mal os outros partidos quando tinha maioria absoluta que agora eles não o querem ver nem pintado e não adianta pedir batatinhas. Além disso, não confio em si a nível institucional. Por isso, o seu partido que arranje outro para eu nomear primeiro-ministro. Podem ser o Teixeira dos Santos ou o Vieira da Silva, que talvez não se vistam tão bem como o senhor, que podem até não ter penteados tão bonitos, mas pelo menos percebem minimamente como se governa. Ah, não querem? Então presidencializo já isto e nomeio o Professor Luís Campos e Cunha, personalidade independente de reconhecidos méritos, para formar Governo.”
publicado por Duarte Calvão»
O seguinte comentário, de Pedro Correia, dá mais sabor ao postal:
«Duarte, tens que te esforçar um pouco mais nesta tua nova faceta de criador de factos políticos. Porquê Luís Campos e Cunha, um homem que entrou em depressão ao fim de três meses no Governo, e não Henrique Medina Carreira, 'lui même'?
Convenhamos que seria tudo bem mais divertido.»
A consideração que me merece Henrique Medina Carreira, cujo espírito lúcido já aqui louvei, leva-me a acrescentar que, se fosse possível, só não resultaria porque Medina Carreira não conseguiria arranjar ministros para o seu governo (ia a escrever "ministros à altura", mas retirei o "à altura porque ninguém mesmo teria o espírito de sacrifício de integrar tal governo).
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Ainda o Magalhães
Manuela Ferreira Leite e Salazar
Por outro lado, não terá passado pela cabeça do acusador de serviço que entre os inúmeros escritos de Salazar alguns haverá certamente que não defendem ideias condenáveis? Defender o uso da verdade em política será exclusivo da extrema direita? Será por pensar assim que se generalizou o uso de mentiras nas campanhas de certos sectores?
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Espionagem, escutas, PR e assessor
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Manuela: sentido de humor surpreendente

Pode haver dúvidas sobre que ganhou outro dia o debate entre Sócrates e Manuela Ferreira Leite. Tanto que pode haver que as houve: uns opinaram que ganhou S, outros que ganhou MFL, e ainda alguns, para não se comprometerem, afirmaram que houve um empate.
Mas hoje, graças a um conhecido grupo de humoristas que tenta desde ontem esmiuçar o sufrágio dos portugueses, poucas dúvidas restarão que em entrevistas ao Gato Fedorento Manuela ganhou em toda a linha. Mostrou calma, segurança, sentido de humor e fair play. Principalmente mostrou à-vontade e foi natural. Foi ela própria, porém surpreendentemente bem disposta e até um pouco brincalhona, sem deixar de ser sincera, ao contrário do entrevistado da véspera, que deu sinais evidentes de estar nervoso e pouco à vontade, respondendo o politicamente correcto e sem graça, embora se tivesse rido muito.
Dito isto, devo confessar que não penso que seja inevitável que o facto de se portar melhor num programa humorístico, embora com perguntas muito sérias, indique alguém para o cargo de primeiro-ministro. Assim como o facto de alguém fazer gafes ou de não gostar de comícios não é sinal de que não pode ser bom primeiro-ministro. As qualidades que penso que um bom primeiro ministro deve ter são outras (excepto a sinceridade, de que se tem sentido a falta ultimamente). Mas foi refrescante assitir a uma boa entrevista, com humor, mas no fundo muito séria.
domingo, 13 de setembro de 2009
Energia alternativa em Évora: refrigeração a leque

A avaliar pelas imagens que acabo de ver na TV (Jornal da RTP2) do aspecto da sala durante o discurso de Carlos Zorrinho, responsável pelo chamado Plano Tecnológico, a anteceder a intervenção de José Sócrates, ficou claro que a energia alternativa mais apropriada para arrefecer os rostos afogueados dos militantes socialistas presentes, principalmente das militantes, era a refrigeração a leque. Se o uso do leque for imposto durante o Verão em todos os edifícios públicos como uma norma do Plano Tecnológico, a poupança de energia com base em combustíveis fósseis será enorme e evitar-se-á a emissão de muitas toneladas de CO2 para a atmosfera, retardando assim o aquecimento global. Vamos pois todos abanarmo-nos com leques.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Capela de Santo Amaro

Quando frequentei o Liceu de D. João de Castro, de que consta querem desactivá-lo como estabelecimento de ensino, apesar das condições ímpares que apresenta para esse fim, morei durante anos na Rua dos Lusíadas e visitei várias vezes a Capela de Santo Amaro, então já abandonada, mas ainda não vandalizada nem grafitada. Fazia-o com deleite e custa-me muito ver o estado a que chegou. Felizmente parece possível a recuperação, assim haja vontade e meios.
Perante casos como este, infelizmente não raros, custa-me pensar que há quem defenda os graffiti como uma forma de arte sem condenar o seu emprego sobre artes mais antigas e que deveriam ser preservadas. Pode ser que sejam uma forma de arte – popular e contemporânea – quando não se limitam a rabiscos ou a iniciais mais ou menos elaboradas que se destinam prioritariamente a delimitar territórios, mas mesmo quando incluem desenhos que podemos considerar artísticos deveriam seleccionar como base muros ou paredes que não pertencessem a monumentos e que não fossem desfeados com a cobertura de graffiti. Até um grande artista deveria ser alvo de crítica se resolvesse pintar sobre um monumento antigo.
domingo, 6 de setembro de 2009
A saúde nos programas eleitorais
Resolvi verificar o fundamento da acusação principal -- a ausência de referências ao SNS no programa do PSD -- e das conclusões que Sócrates tira daí.
Se bem que seja verdade que não encontrei a expressão "Serviço Nacional de Saúde" uma única vez no programa do PSD, verifiquei que a palavra "saúde" aparece no texto 35 vezes, enquanto que o programa do PS cita a palavra 121 vezes. Mas daí não se pode concluir que o PS se preocupe mais com a saúde dos portugueses, já que o seu programa é muito mais extenso e pormenorizado, tendo 130 páginas, enquanto o do PSD tem apenas 39. Portanto a palavra "saúde" aparece uma média de 0,90 vezes por página no documento do PSD e 0,93 no do PS. A diferença não é pois significativa.
Vi ainda que a expressão "Serviço Nacional de Saúde" ou a sigla "SNS" só são citadas pelo PS 22 vezes, pelo que se vê que se pode dizer muito sobre política de saúde mas referindo o respectivo serviço público pelo nome apenas 18% das vezes (0% pelo PSD).
Mas o programa do PSD inclui designadamente expressões como:
«serviços públicos básicos – como a saúde
Plano Nacional de Saúde
serviços públicos de saúde
política de saúde»,
defende:
«maior acessibilidade aos serviços de saúde»
e afirma:
«Desenvolveremos políticas específicas de saúde infantil
comprometemo-nos com a universalidade no acesso aos cuidados de saúde
Alargaremos progressivamente a liberdade de escolha pelo utente dos prestadores de serviços de saúde: o beneficiário passará a poder escolher cada vez mais, dentro ou fora do sistema público, o hospital ou o centro de saúde da sua eleição
Defenderemos uma gestão integrada da Rede de Cuidados de Saúde»
Parece-me inevitável concluir que, embora se possa discordar da política de saúde do PSD -- e não espanta que Sócrates discorde --, o que não é legítimo é acusar o PSD de estar contra o Serviço Nacional de Saúde, só por não o referir expressamente pelo nome. Se eu disser "o actual primeiro-ministro", toda a gente sabe a quem me estou a referir, mesmo não lhe dizendo o nome.
sábado, 5 de setembro de 2009
Liberdade de imprensa - liberdade de expressão
Agora, defender, como fez Mário Soares, que se trata de um simples problema de uma empresa e que o governo não tem nada a ver com o assunto ou é ingenuidade ou má-fé. Por outro lado, considerar que se trata de um assunto legal ou apenas discutir se o Jornal Nacional das sextas apresentado por Manuela Moura Guedes tinha ou não qualidade, se era ou não populista, se gostávamos ou não de o ver, são visões redutoras da questão. Mesmo admitindo que o Jornal Nacional da Manuela Moura Guedes era deplorável e populista, o que não me parece pelos poucos minutos a que assisti, a censura evidente exercida por alguém sobre o programa é um atentado à liberdade de expressão.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Debates e comentários
sábado, 29 de agosto de 2009
Linha vermelha e campanha eleitoral

O prolongamento da linha vermelha do Metro hoje inaugurado é sem dúvida uma boa notícia para a cidade de Lisboa e para os seus moradores, especialmente para os do bairro dos Olivais, como eu. Gosto de andar de Metro e a ligação ao Saldanha e a São Sebastião vai-me poupar muito tempo. No entanto, fiquei muito desagradavelmente surpreendido ao verificar, pelas reportagens da inauguração nas televisões de hoje, que o ministro Mário Lino aproveitou a ocasião para fazer propaganda política partidária, atacando o PSD e o seu programa. Mário Lino tem todo o direito de dizer publicamente as suas opiniões políticas e até de participar activamente na campanha eleitoral. Pode defender a política do PS, partido que apoia o seu governo, e mesmo de atacar o PSD e dizer mal do seu programa, se não concorda com ele. Mas fazê-lo enquanto ministro e numa inauguração de uma infraestrutura não me parece correcto. Vá aos comícios do PS ou dê entrevistas, mas em pleno Metropolitano num acto público em que representa o seu governo não devia ter falado como falou.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Habemus programa do PSD
No blog Quarta República pode ler-se:
«Acho mal, acho muito mal...
... que a Dr.a Manuela Ferreira Leite não tenha tido uma palavrinha de agradecimento para o PS e para o Engº Sócrates pela publicidade que durante semanas fizeram ao programa eleitoral do PSD hoje apresentado, e pela expectativa, verdadeiramente invulgar em 34 anos de eleições gerais, que à volta dele se gerou.»
posted by JM Ferreira de Almeida @ 21:14
Pois eu não cheguei a compreender onde queria o PS chegar com as críticas constantes ao "atraso" da apresentação do programa do PSD, sabendo-se que era certo que mais tarde ou mais cedo ele seria apresentado e evidentemente antes das eleições, desvanecendo-se então qualquer influência que essas críticas pudessem ter no sentido da votação. De facto só serviu para criar uma enorme expectativa.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Manuel António Pina disse tudo
Nada há a acrescentar ao que Manuel António Pina disse no JN, mas vale a pena transcrever:
«Fazer batota
2009-08-18
Não sei para que servem os chamados "mandatários", mas alguma serventia hão-de ter ou os partidos não se dariam ao trabalho de os arranjar. Tratando-se de eleições e estando votos em causa, é provável que um "mandatário" seja alguém que supostamente renda votos.
Assim, se o partido A ou o partido B cobiçarem, por exemplo, os votos dos gagos, arranjarão um "mandatário para os gagos", alguém que seja um modelo para os gagos, de tal maneira que, votando ele num determinado partido, todos os outros gagos façam o mesmo, assim a modos que um flautista de Hamelin dos gagos. É por isso que não vejo a lógica da escolha da tal de Carolina Patrocínio (quem?) para "mandatária para a juventude" do PS. Será aquele o modelo (em plástico que, como diz O'Neill, sai mais barato) de juventude que o PS tem para oferecer aos jovens, uma juventude com empregadas para tirar os caroços das cerejas e as grainhas das uvas e que "prefere fazer batota a perder"? Ou o PS também prefere fazer batota a perder? Disse Sócrates em Amarante que a crise ainda não acabou. A financeira não sei, mas a outra vai de vento em popa.»
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Assassino recebido como herói
«O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Miliband, declarou hoje à BBC Radio 4 que "as imagens de um assassino de massas a ser recebido em Tripoli como um herói são profundamente perturbadoras, acima de tudo pelas 270 famílias que choram todos os dias a perda dos seus entes queridos, há 21 anos, mas também por qualquer pessoa que tenha uma réstea de humanidade".»
"Perturbador" é, quanto a mim, o mínimo que se pode dizer. Não sou da família das vítimas, não vivo em Lockerbie, nem nunca lá estive. Nem sequer sou escocês, mas fiquei profundamente chocado e triste com a notícia da recepção dada ao assassino Megrahi em Tripoli. Não que seja caso único, mas este é particularmente chocante e mostra que qualquer "aliança de civilizações" é ainda um mito (talvez seja um mito, mesmo sem o "ainda"). Há um fosso de mentalidades e a ilusão que alguns defendem de que os terroristas são uma minoria desenraizada é desmentida por estes comportamentos de massas.
domingo, 16 de agosto de 2009
Garotices
Fiquei deveras surpreendido por este blog ou pelo menos alguns dos seus colaboradores terem levado a cabo uma acção que só se pode considerar uma garotice: trepar à varanda principal da Câmara Municipal de Lisboa para substituírem a bandeira da cidade pela bandeira monárquica azul e branca. Por acaso até gosto das cores e só a coroa real, apesar de bonita, me incomodaria se correspondesse à nossa forma de organização política. Até acho que poderia ter sido mais acertado que os revolucionários republicanos de 1910 tivessem mantido as cores e apenas retirado a coroa. Mas não foi isso que aconteceu e, mal ou bem, a nossa bandeira é verde-rubra e não está sequer em causa, porque a que foi retirada (e agora justamente devolvida lavada e passada a ferro) foi a bandeira da cidade de Lisboa e não a bandeira nacional. Mas o acto em si não tem significado e não merecia o relevo que a comunicação social decidiu conceder-lhe, certamente por falta de assuntos mais importantes e por constituir uma reportagem barata.
sábado, 18 de julho de 2009
Sócrates ou Robim dos Bosques?
"José Sócrates está contente com as estatísticas da desigualdade e risco de pobreza em Portugal. Segundo ele, isso será mérito da acção governativa; é o atingir do objectivo do estado. Como bom “humanitário”, Sócrates perpetua o erro que sempre esteve por trás do socialismo: A promoção da igualdade à custa da produção, descuidando que sem a última não há “transferências” que sejam possíveis.
O lado escondido do estudo do INE é que a redução de desigualdades e de risco de pobreza incide apenas nos sectores sociais directamente dependentes do estado para a sua subsistência e que por definição não são sectores produtivos: Reformados, idosos carenciados e indivíduos socialmente excluídos. Já noutros sectores sociais essas desigualdades e risco de pobreza aumentaram. Entre população activa desempregada e crianças (que por sua vez estão dependentes de pessoas na população activa), os números pioraram, ultrapassando já as estatísticas dos idosos. Isto é: Foi dado apoio social à custa do empobrecimento dos sectores produtivos, pondo em causa estes últimos e a própria capacidade futura de conceder apoios sociais.
O mais preocupante é que os dados do INE são relativos a 2007. Não incluem, portanto, os resultados do agravamento da crise, nomeadamente o vertiginoso aumento do desemprego. Mas enfim. Deixê-mo-lo ficar satisfeito consigo próprio."
Tem razão. Os grandes "triunfos" do governo Sócrates, a sua grande obra a favor do "estado social" basearam-se na redistribuição da riqueza, tirar a uns para dar aos outros. Como Robin Hood, o princípio seria tirar aos ricos para dar aos pobres. No entanto, como hoje no i Martim Avilez Figueiredo notou muito bem, os ricos já nem eram assim tão ricos, eram mais classe média, e com esta redistribuição acabaram ficando mais pobres. A redução das desigualdades sem criação acrescida de riqueza tem inevitavelmente este resultado.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Patentes e traduções
Declaração de interesse: Além de utilizador durante toda a minha carreira profissional de literatura de patentes como fonte de conheciemento, fui durante muitos anos tradutor técnico e traduzi textos de numerosíssimas patentes a partir de originais alemães, ingleses e franceses. Hoje já me reformei e deixei essa actividade, embora tenha tradutores técnicos na família. Creio que esse facto não me tira a independência de critério.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Será obrigatório gostar de futebol?
Não, não me considero um dos "moralistas do costume", mas é bem certo que fui dos que "criticaram as televisões portuguesas pela cobertura em directo da apresentação" e dos que "Não gostaram do tempo ocupado nos telejornais, talvez por considerarem o assunto menor e o protagonista demasiado rasteiro", como declarei neste blog. Neste talvez é que não me revejo, mas será que todos os assuntos que não são menores e cujos protagonistas não são rasteiros merecem tal relevo informativo?
Também talvez me enquadre no que AM designa como "estas luminárias" e "grupinho desconfiado que gosta de se misturar com os intelectuais – apesar de inteligência e sabedoria mostrarem quase nenhuma", embora não tenha propriamente "asco" a "tudo o que agrade e mobilize a maioria das pessoas". Mas confesso que muitas coisas (não tudo) o que mobiliza a maioria das pessoas me deixam indiferente ou mesmo me desagradem, como em concreto o futebol.
Agora AM exagera quando opina que os membros deste "grupinho", em que penso estar incluído, "tentam, em vão, fazer de Portugal um país ainda mais apertado". Tem porém razão quando afirma que os "estes valores não matam ou esmagam os outros. Podem coabitar. Devem coabitar. Futebol e cultura, educação e diversão – tudo tem o seu espaço e o seu tempo, sem sobranceria nem repugnância." Só que neste caso não houve propriamente coabitação, houve uma preponderância quase exclusiva da notícia futebolística em detrimento das restantes.
É completamente diferente o registo de Paulo Tunhas que se refere a assunto afim (no fundo ao mesmo assunto, só que em vez da apresentação de Ronaldo fala das eleições no Benfica), logo na página seguinte do i. Não poderia estar mais de acordo com o que escreve, especialmente quando conclui que "A atenção desproporcionada ao futebol menoriza, porque nos afasta ainda mais do já precário hábito de deliberar". É isso mesmo.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Filomena dixit
"um rapaz da província que subiu na vida à custa de esperteza e de pouco trabalho".
Há notícias?
Espero que nos próximos dias não haja eleições em nenhum clube, nem apresentações de jogadores milionários, nem mortes de cantores pop, para podermos ouvir algumas notícias.
domingo, 5 de julho de 2009
Fait-divers

O gesto insultuoso do ministro Pinho (agora ex-ministro) em plena sessão da Assembleia da República tem feito correr muita tinta, o que já foi criticado por alguém, considerando o facto um fait-divers. Claro que é um fait-divers e o país tem, infelizmente, questões muito mais importantes e graves a discutir. Contudo silenciar o caso seria desculpabilizá-lo e o gesto merecia ser criticado como foi e ter as consequências que teve. Por uma vez até concordei com a rápida decisão de Sócrates. Dizem que Pinho até foi um bom ministro e teve acções meritórias, mas apenas tinha má imagem e uma grande tendência para as gafes. A ideia que eu faço de um bom ministro da economia não é a de um bombeiro que se cansa a andar de empresa em empresa para tentar resolver pontualmente os problemas (muitas vezes sem êxito, como se viu). Posso estar enganado, até porque o meu julgamento é feito a partir das suas políticas e das suas palavras tal como relatadas nos meios de comunicação, mas desde muito cedo que me pareceu completamente desajustado ao lugar e, tirando a aposta nas energias renováveis, cujos resultados só a prazo poderão compensar os custos, não dei pelas suas ideias de política económica.
sábado, 4 de julho de 2009
Escândalo
O escândalo de que me quero queixar é de o programa "Expresso da meia-noite", que eu pensava ser um programa sério, ter sido interrompido logo de início e depois mais tarde para ligar à sede do Benfica a dar notícias sobre as respectivas polémicas eleições. Por favor, há jornais e programas desportivos para essas coisas. O "Expresso da meia-noite" tem coisas mais importantes para debater, sem perder tempo com futebóis.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Ainda sobre os contra-manifestos
domingo, 28 de junho de 2009
Manifestos e contra-manifestos
sábado, 27 de junho de 2009
Medina Carreira
domingo, 21 de junho de 2009
Investimento em infra-estruturas
A polémica dos chamados grandes investimentos
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Humildade?
Pensei que o resultado desta tentativa de mudança de estilo fosse nulo, mas, pior do que isso, foi deploravelmente postiço. Bastou-me ver uns segundos da entrevista de José Sócrates a Ana Lourenço para achar insuportável a sua voz molenga e arrastada, como a pedir licença para falar, quase a imitar o Ricardo de Araújo Pereira a imitá-lo, tentando fazer um ar humilde, mas a dizer a mesma cassette do costume. Não consegui continuar a ver.
Afinal, pelo que vi e li de decalrações do PM, pode ter tentado mudar o estilo de comunicação, mas o espírito, as políticas, as ideias continuam exactamente as mesmas e isso é que o povo português, que não é parvo, não suporta.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Sinais
Nem outra coisa seria de esperar de Sócrates.
sábado, 6 de junho de 2009
Europeias: como combater a abstenção
Cá vai. O número de deputados europeus a eleger continuaria a ser fixo no seu total, possivelmente até no número actual. Mas a distribuição por países, em vez de ser previamente fixada, passaria a ser proporcional ao número de votos expressos em cada país. Assim, os países com menos abstenção ficariam favorecidos na sua representação, o que seria inteiramente justo. Por outro lado, os países mais abstencionistas teriam menos deputados e ficariam prejudicados, o que também não deixaria de ser justo. Claro que a justiça não seria completa, porque os eleitores votantes de cada país não têm culpa de os seus compatriotas decidirem não comparecer nas assembleias de voto. Talvez se decidissem a insistir com os seus concidadãos para que fossem votar e o resultado seria uma menos abstenção geral.
Que me dizem à ideia? Com um bom programa de computador, a distribuição dos deputados por país seria decidida em minutos.
sábado, 30 de maio de 2009
A EFE enganou-se, a LUSA errou ou há mais qualquer coisa?
Novo agrupamento antifederalista no Parlamento Europeu
Cameron defende ainda a realização de um referenco ao Trtado de Lisboa. É sintomático qeu na campanha eleitoral em curso só o PNR e o MPT se pronunciem contra este tratado.
Imigração: declarações corajosas
TGV: uma boa notícia
Por isso considero uma boa notícia saber que dificuldades de financiamento levaram ao adiamento da entrega de propostas para o troço Caia-Poceirão. Pena que o adiamento seja breve, mas as dificuldades de financiamento já são uma confirmação dos problemas financeiros que o projecto levanta.
Maiorias absolutas
A maioria do PS no parlamento não é absoluta? Estão quando se fala da possibilidade (forte) de o PS não alcançar a maioria absoluta nas próximas legislativas está-se a falar de quê?
A maioria estabelecida no regulamento (ou lei ou estatuto?) de 2/3 para a nomeação do Provedor de Justiça (suponho que "Provedor" se deva neste caso escrever com maiúscula, já que designa um cargo oficial, tal como "Presidente da República") deve ser designada como "maioria qualificada". A maioria chama-se absoluta desde que seja superior a 50%, por contraponto com a "maioria simples", que significa o grupo com maior número de elementos do que todos os outros. Estes elementos tanto podem ser de votos como de deputados, no caso de um parlamento.
Devem os presos trabalhar? Sobre uma opinião do Dr. Marinho
Esta questão fez-me lembrar o que tenho pensado sobre alguns aspectos do regime prisional, principalmente desde que tive ocasião de espreitar os pátios da Penitenciária de Lisboa nos intervalos de um longo julgamento em que participei como técnico assessor de um advogado. Vi sobretudo muita ociosidade, que certamente nem para os presos é agradável, excepto para os ociosos por vontade própria, e vi muito desporto. Pensei que o trabalho dos presos, mesmo para além do referido no comentário do leitor do i de limpeza, deveria ser a norma e, se não for imposto, deveria pelo menos ser a contrapartida obrigatória de determinadas vantagens, como o acesso a televisão, a campos e equipamentos de jogos, por exemplo. Assim, o trabalho, por exemplo em oficinas, não seria forçado, mas haveria um forte incentivo.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Não há impostos grátis
Se se criar um novo imposto sobre as transacções financeiras da Europa, dando a impressão que os contribuintes individuais nada sofrem com esse novo imposto, é claro que essas transacções ficarão mais caras. Não se cria dinheiro do nada. Vital Moreira não explicou que transacções seriam essas sobre as quais recairia o novo imposto, mas sejam transferências de particulares, pagamentos a empresas ou mesmo apenas operações bancárias, é inevitável que o custo recaia no final sobre o cidadão europeu. Pensará ele que se pode aplicar a máxima "Os ricos que paguem a crise"? Só os ricos fazem transacções taxáveis?
Se a solução for a outra, substituição de um imposto ou parte de um imposto nacional pelo imposto europeu, de modo a que o contribuinte não pague mais, então o aumento dos recursos financeiros europeus será feito à custa de uma diminuição dos recursos nacionais. Em primeiro lugar, a hipótese de aumento das contribuições nacionais já foi longamente discutida (como lembrou Edite Estrela, sem daí tirar consequências) e não foi possível chegar a acordo. Em segundo lugar, essa hipótese contraria a afirmação recente de Sócrates de que não será possível diminuir os impostos.
Uma falácia, portanto.
Desconfio que Sócrates não gostou de ouvir a sugestão do seu candidato.
domingo, 24 de maio de 2009
Comícios e política
quarta-feira, 20 de maio de 2009
O caminho
sexta-feira, 15 de maio de 2009
A discussão sobre o sexo dos anjos terá de ficar para mais tarde
O sexo dos anjos
Pois os deputados portugueses, a avaliar pela grossa discussão sexual de hoje na Assembleia da República, ainda têm dúvidas sobre o sexo dos homens e das mulheres. "O sexo não é suficiente para definir se alguém é homem ou mulher", afirmava convictamente um Deputado, logo apoiado e contraditado por outros. O apimentado debate que se seguiu não permitiu fazer luz total sobre tão candente matéria. Passando à votação, forma democrática de saber se o sexo era suficiente ou não, os Deputados continuaram divididos quanto ao ponto.
De facto, muito séculos depois, estamos ainda longe de Bizâncio. A discussão dos sexo dos anjos é uma miragem. Ainda estamos na fase embrionária e primeva de discutir o sexo dos homens e das mulheres.
A questão que terá de se pôr é, portanto, se o homem e a mulher têm sexo e tendo-o se isso basta para os definir como homem ou mulher. Isto faz-me lembrar o que rimos em família quando há muitos anos eu e a minha mulher, se é que assim nos podemos definir, com os nossos filhos fomos praticar desporto a um pequeno estádio, suponho que do INATEL, quando reparámos que havia três portas para balneários ou instalações sanitárias com as designações "HOMENS", "SENHORAS" e "ÁRBITROS". Aí está, será que o sexo basta para definir se alguém é homem, mulher, perdão, senhora ou árbitro? Talvez uma nova votação na Assembleia da República lance alguma luz sobre o assunto.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Almada Dixit, o livro

Tive o prazer de participar há dois dias na apresentação do livro Almada Dixit, antologia de citações de Almada Negreiros organizada pelo meu velho e querido amigo João Furtado Coelho. Foi uma sessão memorável, não só por ter reencontrado velhos amigos e colegas, alguns dos quais não via há muitos anos, como pela qualidade dos oradores, o organizador do livro apresentado e o prefaciador José-Augusto França. A sessão decorreu num belo salão do Grémio Literário, num antigo edifício na Rua Ivens, daquelas construções que ainda conservam a nobreza de séculos passados, com uma larga escadaria que é um prazer subir. Enfim, um serão bem passado, e agora resta ler o livro, que, como o meu amigo organizador avisa na apresentação, não se destina a ser lido respeitosamente por ordem começando na primeira página e terminando na última, mas sim ir lendo aqui e além conforme for apetecendo. Ler Almada é sempre um prazer.
domingo, 10 de maio de 2009
Racismo e xenofobia
terça-feira, 5 de maio de 2009
Disparates da TV
domingo, 3 de maio de 2009
Não aceito ser cabeça de lista
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Fantasmas nos cartazes
Escolaridade obrigatória até ao 12.º ano ou 18 de idade
No entanto o coro de elogios e a unanimidade em torno dessa medida quase me fizeram duvidar da razão das minhas dúvidas. Felizmente hoje o espírito esclarecido de Santana Castilho veio esclarecer-me de modo exemplar no seu artigo no Público "Uma espécie de Jihad educacional". Vale a pena ler o artigo na íntegra. Na impossibilidade de o reproduzir aqui, cito a frase que me parece fulcral: "Por ser obrigatória, a escolaridade não é sinónimo de mais e melhor educação."
Com o grau de abandono escolar que temos, a desmotivação de muitos professores e o facilitismo tornado norma, haveria medidas mais urgentes e eficazes para melhorar a educação sem obrigatoriedades forçadas.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
«24 Abril 2009 - 00h30
A Voz da Razão
Salazar ao largo
Coisa fatal: a Câmara de Santa Comba Dão resolve atribuir o nome de Salazar a um largo do município e logo se levantam vozes iradas contra ‘a longa noite fascista’. Ponto de ordem: é--me indiferente que Salazar tenha direito a rua, viela ou beco.
Se o homem é filho da terra, a terra que se entenda com ele. Mas estranho que os profissionais da indignação moral não levantem dúvidas sobre outras ruas, vielas ou becos que ostentam pacificamente os nomes de reis tirânicos (que os houve), déspotas iluminados (idem) ou jacobinos revolucionários (ibidem).
Sem falar da Margem Sul, onde os psicopatas do marxismo têm direito a celebração toponímica. Quando se confunde a história de um país com uma fotografia estalinista, não há nenhum motivo para dar descanso ao apagador. Vamos começar?
João Pereira Coutinho, Colunista»
Concordo só em parte. Curiosamente nas reportagens sobre este caso na TV só vi indignação da parte do dirigente da UMAR. Os habitantes de Santa Comba Dão mostraram aprovação ou indiferença. Portanto que deixem o nome do largo ficar como estava. Nunca tive qualquer apreço por Salazar e não aprovava a sua política. Considero que foi um ditador e que a maior parte da sua acção prejudicou o desenvolvimento de Portugal, para não falar da liberdade. Mas se a sua terra natal quer ter um largo com o seu nome, que o tenha, em nome da liberdade que não existia no seu longo consulado. Agora que se ponha o apagador a trabalhar sem descanso para destruir a "celebração toponímica" marxista na margem Sul, aí deixo de concordar com João Pereira Coutinho, em nome da mesma liberdade.