No Insurgente, Miguel Botelho Moniz escreve em "Guilhotinando o futuro":
"José Sócrates está contente com as estatísticas da desigualdade e risco de pobreza em Portugal. Segundo ele, isso será mérito da acção governativa; é o atingir do objectivo do estado. Como bom “humanitário”, Sócrates perpetua o erro que sempre esteve por trás do socialismo: A promoção da igualdade à custa da produção, descuidando que sem a última não há “transferências” que sejam possíveis.
O lado escondido do estudo do INE é que a redução de desigualdades e de risco de pobreza incide apenas nos sectores sociais directamente dependentes do estado para a sua subsistência e que por definição não são sectores produtivos: Reformados, idosos carenciados e indivíduos socialmente excluídos. Já noutros sectores sociais essas desigualdades e risco de pobreza aumentaram. Entre população activa desempregada e crianças (que por sua vez estão dependentes de pessoas na população activa), os números pioraram, ultrapassando já as estatísticas dos idosos. Isto é: Foi dado apoio social à custa do empobrecimento dos sectores produtivos, pondo em causa estes últimos e a própria capacidade futura de conceder apoios sociais.
O mais preocupante é que os dados do INE são relativos a 2007. Não incluem, portanto, os resultados do agravamento da crise, nomeadamente o vertiginoso aumento do desemprego. Mas enfim. Deixê-mo-lo ficar satisfeito consigo próprio."
Tem razão. Os grandes "triunfos" do governo Sócrates, a sua grande obra a favor do "estado social" basearam-se na redistribuição da riqueza, tirar a uns para dar aos outros. Como Robin Hood, o princípio seria tirar aos ricos para dar aos pobres. No entanto, como hoje no i Martim Avilez Figueiredo notou muito bem, os ricos já nem eram assim tão ricos, eram mais classe média, e com esta redistribuição acabaram ficando mais pobres. A redução das desigualdades sem criação acrescida de riqueza tem inevitavelmente este resultado.
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