Gosto de cristais e até tenho uma pequena colecção de cristais e outros minerais. Incentivo mesmo os meus netos a fazerem as suas colecções. Aprecio a beleza dos cristais e gosto de os observar e estudar. No entanto acho que a atribuição de propriedades curativas ou energéticas aos cristais não passa de pura superstição ou mesmo charlatanice.
Há dias, com o meu jornal vinha um número "oferta" da revista Executive Health & Wellness, Excelência em Saúde (ano 2, n.º 14). Tirando o facto de o título da revista ser demasiado comprido e a bacoquice de estar em parte em inglês (porquê, se é, segundo parece, uma revista portuguesa, totalmente escrita em português, feita por portugueses?), pareceu-me uma revista bem feita e com artigos interessantes, mesmo para mim que não sou executivo nem profissional de saúde.
Porém fiquei espantado ao encontrar no final da revista um artigo que fugia totalmente ao estilo sério e científico do resto da revista: "Reequilibre-se com a cristaloterapia". A leitura do artigo confirmou os meus receios. Afirmações como "A [crislalo]terapia intervém no tratamento de todos os corpos energéticos (mental, psíquico, energético, espiritual), afirma a terapeuta de cristaloterapia Maria Santa"; "os seres humanos têm centros energéticos conhecidos em medicina ayurvédica por chakras e em medicina chinesa por meridianos, pontos essenciais na circulação e equilíbrio da energia, que podem determinar a saúde ou doença do organismo."; "O cristal envia a energia que possui para os nossos corpos, sendo por sua vez, um aspirador da nossa má energia" deixam muitas dúvidas sobre a base científica da cristaloterapia. No final do artigo há uma série de "Sugestões de pedras para...". Cito apenas a última, como exemplo: "-Combater as insónias - pirites de ferro, estaurolite, turmalina, ametista, crisópraso, quartzo defumado".
Cada um tem liberdade de acreditar no que quiser. Há quem acredite em rezas, quem consulte astrólogos ou magos, quem se trate com ervas, com pedras, com aromas ou com mezinhas. O que estranho é que este artigo tenha aparecido numa revista de carácter científico sem qualquer comentário que o distinga dos artigos mais conformes com a medicina convencional como ramo científico.
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