domingo, 1 de novembro de 2009

Desperdícios

Há dias li um comentário sobre a necessidade de reduzir o consumo excessivo de sacos de plástico, em que se acrescentava que este consumo estava longe de constituir o maior desperdício do nosso tipo de sociedade. Isto ocorreu-me hoje novamente ao receber, com o meu jornal diário habitual, como oferta, um luxuoso livro com o programa para 2010 da Casa da Música. Já no ano passado tinha recebido um idêntico. Apesar de bem elaborado e apresentado, apesar de o programa em si poder ser de grande interesse, não posso deixar de lamentar o desperdício que constitui distribuir a eito milhares deste programa que, pelo tipo de papel, pelo cuidado da impressão e pelas numerosas imagens não pode ter ficado barato. Bem sei que os mecenas devidamente identificados (BPI, SONAE, fundação EDP, AXA, fundação GALP Energia, UNICER, Amorim e C. M. Porto) devem ter contribuído generosamente, mas esse facto não anula que, sob o ponto de vista da economia da sociedade no seu conjunto, a distribuição indiscriminada, por melómanos e porventura por muitos que não apreciam música, para mais não restrita ao Porto, representa um desperdício. Haverá outros mais graves e eu até gosto de música, mas, morando em Lisboa, não me irei deslocar à Casa da Música no Porto, e como eu certamente muitos outros leitores do Público. Tem havido outras publicações distribuídas com os jornais que igualmente me chocam, para não falar dos inúmeros folhetos distribuídos por outros meios, nomeadamente nas caixas do correio, mas esta, em forma de livro, é certamente das mais dispendiosas.
Já agora, uma nota de outra ordem, referente ainda ao programa da Casa da Música: algumas ilustrações reproduzem obras de arte. É pena que não estejam devidamente identificadas: Por exemplo na página 68 um quadro de um cena fluvial é identificado apenas como "Fine Art Photographic Library - CORBIS". Título? Autor? Época?

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