segunda-feira, 29 de maio de 2017

Véus

Há dias elogiei a atitude da Chanceler Merkel por ter aparecido de cabeça descoberta na sua viagem à Arábia Saudita, não usando véu mesmo na presença do Rei e durante os cumprimentos. É justo que elogie do mesmo modo a esposa de Trump, Melania, e a filha Ivanka, que também não usaram véu quando acompanharam o Presidente na viagem ao mesmo país. Já não percebo porque razão Melania achou conveniente cobrir a cabeça com uma espécie de mantilha preta durante o cumprimento ao Papa na recente deslocação ao Vaticano. Também Ivanka resolveu usar um ridículo véu de tule, não sei porquê.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

A presunção de inocência é só para alguns eleitos

É norma que qualquer suspeito, mesmo com acusação proferida, deve ser considerado inocente até um tribunal o declarar culpado.  Mais rigorosamente, até trânsito em julgado da sentença, visto que um tribunal pode declarar a culpa, mas há sempre possibilidade de recurso para uma instância superior. Assim, mesmo para criminosos confessos, quem quer que seja que se refere ao eventual criminoso deve dizer "o suspeito" e deve referir-se ao acto criminoso como tendo sido alegadamente praticado por aquele. É o princípio da presunção de inocência. Normalmente os jornalistas e comentadores respeitam esta regra, chegando a ser por vezes ridícula a repetição de "alegados" crimes praticados por "alegados" criminosos. Mas nem sempre é assim. Há indivíduos que parece não merecerem tal tratamento. Indivíduos que são considerados culpados desde o início. É o caso de Trump, por norma maltratado pelos meios de comunicação. E agora é também o caso de Temer. Miguel Sousa Tavares não tem qualquer dúvida da culpabilidade dele e chega a dizer que basta olhar a cara dele para ver que não presta. Presunção de inocência? Não se aplica.

Nota: Não anotei as palavras exactas que Miguel Sousa Tavares dedicou a Temer, mas tentei dar a ideia da opinião proferida.

Primárias do PSOE

Decorreram hoje as eleições primárias para eleger o Secretário-Geral do PSOE. Ganhou Pedro Sánchez, que retorna assim ao seu antigo cargo. Mas a acreditar no pouco interesse que os nossos canais de TV deram ao assunto, nada disto tem importância, nada disto nos afecta (Veremos amanhã se os jornais seguem o mesmo caminho). É natural, atendendo a que a Espanha é um país pequeno, longíssimo de Portugal e com o qual não temos praticamente relações. É o oposto aos EUA, país com o qual temos uma longa fronteira comum e que tem relações privilegiadas connosco. Por essa razão, as primárias dos partidos americanos tiveram, desde a campanha até aos resultados, uma presença nos nossos noticiários televisivos e nas primeiras páginas dos jornais que chegou a ser cansativa de tão frequente e repetida. Presença que continuou com as eleições presidenciais e com os factos anedóticos da administração Trump. Claro, isto é devido à importância que os EUA têm para este vizinho chegado que somos nós. Agora o que se passa em Espanha não interessa para nada. Pode ser que Sánchez faça agora cair o governo de Rajoy e provoque eleições antecipadas. Pode ser que volte a tentar uma geringonça à la española, mas quem quer saber disso? Pode ser que ressuscite o sonho de uma série de geringonças nos países da Europa do Sul. Mas Trump continua a encher os noticiários. Trump é que interessa (além do futebol, que foi o tema de abertura dos noticiários desta meia-noite). Ninguém quer saber do que se passa nesse pequeno país longínquo que se chama Espanha!

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Eurofestival 2018

Depois da alegria e do orgulho de uma vitória notável no Eurofestival 2107 (quem tem razões para ter alegria e principalmente orgulho são o intérprete, a autora da canção e o autor dos arranjos, mas parece que todos os portugueses, incluindo o Presidente da República, quiseram participar da alegria, o que é compreensível, e do orgulho, o que é mais discutível) ficámos com a tarefa ingrata de organizar o concurso do próximo ano. A responsabilidade cai fundamentalmente sobre a RTP. Já se falou do custo, da eventual recuperação financeira, e ainda da localização. Alguns blogers acharam que era necessário destruir à partida a hipótese o evento se realizar em Lisboa. Um (aliás um dos meus preferidos), especialmente fê-lo sob a forma de cartazes, e deste modo começou por propor o Porto e mais tarde propôs outras localizações. Para provar que Lisboa não é hipótese, chegou a apresentar 2 cartazes que fingiam propor Lisboa, mas pelas imagens que mostravam, de estações de Metro apinhadas de gente, apenas tinham por fim provar que Lisboa não servia. Mas Lisboa não é só estações de Metro e as estações de Metro de Lisboa nem sempre estão tão apinhadas. Vamos a factos: a escolha da localização para o Festival Europeu da Canção deve obedecer a várias condições. Em primeiro lugar dispor de uma grande sala moderna e com bons serviços, que esta sala esteja situada junto de espaços amplos e aprazíveis, de hotéis, de restaurantes, de comércio, de preferência de um importante centro comercial, de uma clínica e não longe de um hospital, que seja servida por um serviço de transportes eficiente como o Metro e por uma estação de caminho de ferro com tráfego internacional, que não esteja muito distante de um aeroporto. Onde se encontram estas condições? Não vale a pena responder, todos já identificaram o local. Só me resta fazer o respectivo cartaz, se tiver habilidade para isso.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Crescemos 2,8%! Estamos todos felizes!

Graças à boa governação, não sabemos bem se do actual Governo se do anterior, conseguimos crescer 2,8% no 1.º trimestre de 2017 em termos homólogos. É bom, é muito bom. E temos alguma razão para nos alegrarmos. Mas ficar alegre é muito diferente de ficar feliz. Ficar feliz com este resultado pontual, mesmo afirmando que não se embandeira em arco, é falta de análise da situação e de perspectiva a prazo. Mas há duas coisas que não consigo compreender: 1) Que lógica tem o PM vangloriar-se com este resultado quando resulta de ter abandonado totalmente a linha de provocar o crescimento pelo consumo que vinha seguindo? 2) Como pode haver quem diga que o crescimento resulta do aumento dos rendimentos das famílias quando o principal factor foi a exportação e o segundo foi o investimento e o consumo não cresceu? As famílias (algumas famílias, diga-se, principalmente as dos funcionários públicos) viram os seus salários repostos depois dos cortes a que a troika nos obrigou (não se esqueça, os cortes começaram com Sócrates e os do tempo da troika resultaram do acordo assinado por este) e em consequência as empresas desataram a exportar mais! Alguém vê a lógica deste raciocínio? Eu não.

domingo, 14 de maio de 2017

Vitória da melodia e da simplicidade

Em tempos eu via com algum prazer o Festival da Canção, quer a versão portuguesa e principalmente a internacional da Eurovisão. Gostava de algumas canções, não gostava de outras, torcia por Portugal às vezes e não dava o tempo gasto por mal empregue. Mas com o tempo fui-me fartando e deixei de ver. As canções tornaram-se todas parecidas e difíceis de seguir e de apreciar. A música foi remetida para um plano secundário, sobressaindo os efeitos de luzes, por vezes pirotécnicos, as coreografias e os cenários. Mesmo no plano musical, a evolução da música ligeira, com as influências pop e rock, deram preponderância ao ritmo em detrimento da melodia, que se tornou imperceptível, e mesmo da harmonia. Deixou de me interessar. Mas foi inevitável ver na TV notícias e comentários sobre os festivais e ouvir alguns trechos, geralmente trechos tão curtos que não dava para fundar uma opinião positiva ou negativa.

Este ano não seria excepção, não fossem circunstâncias extraordinárias. Há semanas, não sei bem quanto tempo, vi uma curta notícia sobre o nosso Festival da Canção e sobre um cantor desconhecido cuja participação prometia possibilidades de êxito. Era o Salvador Sobral, mas não fixei o nome. Ouvi um curtíssimo trecho da canção com a voz do jornalista a abafar a música. A minha impressão foi negativa e a figura do cantor, com o cabelo comprido e em desalinho e um carrapito no alto da cabeça, foi-me antipática. Quando soube que ele tinha ganho o concurso português pensei que era mais um que teria poucas possibilidades de ficar em lugar decente na Eurovisão. Confesso que fui influenciado por preconceitos e ligeireza de apreciação. Há dias soube que a canção portuguesa, com o Salvador, tinha sido apurada para a final. Ontem segui a fase final do Festival e assisti a quase toda a fase de votação. E ouvi a canção "Amar pelos dois". E gostei. Apreciei a singeleza, a melodia cantabile, a harmonia, a ausência de artefactos, a simplicidade da apresentação. E concordo com o Salvador em que esta canção pode contribuir para ressuscitar o gosto pelas canções simples e melodiosas, que valem por si e não pelos efeitos espectaculares com que são apresentadas.Talvez o público esteja a ficar cansado do estilo festivaleiro e a canção de Luísa Sobral contribua para trazer de volta o gosto pela melodia. Esperemos que sim.

sábado, 13 de maio de 2017

O regresso dos 3 FFF

No tempo de Salazar cultivava-se o trio Fátima, Futebol e Fado para manter o pagode entretido e evitar reclamações. No tempo de António Costa temos Fátima, Futebol e Festival da Canção, tudo no mesmo dia, em doses reforçadas. Um dia FFF. E com a presença do próprio nos dois primeiros acontecimentos, em Fátima como representante do Governo na recepção ao Papa, no Futebol como simples espectador, acompanhado do Ministro das Finanças, que não consta que tenha a tutela do desporto, pelo menos por enquanto. A propósito, parece que ninguém do Benfica o foi cumprimentar. Se não estava em representação oficial, o protocolo não o exigia, mas era um acto de boa educação. Ressalvo que o meu amor (ou melhor, o meu desamor) ao futebol não permitiu que assistisse à vitória do Benfica nem aos festejos que se seguiram e, portanto, é possível que Luís Filipe Vieira o tenha cumprimentado sem eu dar por isso.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Descrispação

Os exemplos da descrispação na vida política portuguesa, tão do agrado do nosso Presidente da República, são mais que muitos. O mais recente é o veto do grupo parlamentar do PS ao nome sugerido pelo PSD para um cargo que exige a aprovação de 2/3 dos deputados (o (CFSIRP), . O nome é o de Teresa Morais Leitão, que já foi secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade e antes trabalhou naquele organismo. O presidente do PS e chefe da respectiva bancada, Carlos César acaba de declarar que não tem satisfações a dar a Luís Montenegro, que tinha feito declarações a deplorar e estranhar o veto. Recusar-se a dizer as razões (para além do críptico "não tem perfil para o cargo") é mesmo o mais indicado para discutir nomes cuja nomeação necessita de consenso entre, pelo menos, os 2 maiores partidos.. Como se vê, está tudo descrispado. Já quando foi da recusa, por parte do Governo, em nomear Teresa Ter-Minassian e Luís Vitório para o Conselho das Finanças Públicas, se notou muito bem que as palavras duras trocadas entre Passos Coelho e António Costa nada tinham de crispado. Devido aos enormes êxitos económicos deste Governo, com o PIB a crescer, poucochinho mas a crescer, com o desemprego a diminuir, como já vinha sucedendo desde 2014 mas continua, e com o défice controlado, à custa de cortes cegos nas despesas dos Ministérios, a que agora se chamam cativações, e de perdões fiscais, que o PM não quer que se chamem perdões, mas controlado, todo o mundo está contente, excepto quando tem de pagar o gasóleo, e a oposição critica mas não fica crispada. Nem a constante subida da dívida pública crispa os contribuintes.já que um grupo de sábios, do calibre de João Galamba, tem soluções para resolver esse pequeno problema. Assim podemos continuar descrispados e despreocupados, que tudo vai bem no melhor dos mundos.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Fotografias históricas

Mesmo a propósito dos dias que se aproximam, reproduzo duas fotografias tiradas em 1933 que mostram a multidão de peregrinos em Fátima. Pertencem ao espólio do fotógrafo António Andrade da Rocha (1911-2004), que trabalhou no Brasil e em Portugal.



segunda-feira, 8 de maio de 2017

O que interessa é o futebol

Não gosto de futebol. Não aprecio as notícias de desporto de um modo geral, mas começo a detestar as de futebol em concreto, talvez por serem tão frequentes, diria mesmo omnipresentes. Nunca gostei lá muito de futebol, mas ultimamente tornou-se num desporto tão violento, quer no campo quer fora dele, que se tornou detestável.
Mesmo ignorando que tenho à minha disposição vários canais de desporto, se procuro estar informado acerca do que se passa em Portugal e no Mundo, é inevitável dar com imagens, notícias e comentários sobre desporto e muito concretamente sobre futebol. Bem  mudo de canal, mas o futebol parece perseguir-me. Dizia-se que dantes era Fátima, Futebol e Fado. De Fátima fala-se muito por estes dias, mas geralmente não é motivo de interesse dos meios de comunicação, de Fado quase não se fala, mas de Futebol é em doses maciças. É antes dos jogos, é durante os jogos, é depois dos jogos, são as transferências, são as conferências de imprensa, são os casos que até chegam aos tribunais. Custa a suportar.
Esta manhã, atento às poucas e desinteressantes notícias dos noticiários dos canais de informação, verifiquei que nas notícias curtas que passam em roda-pé a predominância de notícias de desporto era muito maior do que o grau de importância do desporto nas nossas vidas de todos os dias. Rapidamente fiz uma contagem das notícias por assunto. Eis os resultados:
SIC-Notícias: economia: 2; País: 7; Mundo: 14; desporto: 15.
TVI24: política e economia: 2; sociedade: 4; estrangeiro: 5; desporto: 14.
e estes tópicos, com estes ou outros nomes, iam-se repetindo sucessivamente.
Não fiz o registo, mas posso assegurar que a maioria das notícias de desporto se referia a futebol, estando os chamados desportos menores em ínfima minoria. Se a amostra é minimamente representativa, é evidente que a importância dada ao desporto e em particular ao futebol é exagerada.

domingo, 7 de maio de 2017

Duas mães

Notícia sensacional: "Uma criança já pode ter duas mães biológicas". "Uma criança pode ter duas mães biológicas, diz regulador". O parecer do regulador é, ao que ouvi, vinculativo, será portanto legal. Não sou versado em leis, mas também a lei permite, que eu saiba, que eu voe liberto da lei da gravidade, que essa não vem em qualquer código legal. Mas prefiro não experimentar, porque moro num andar alto e posso não sobreviver. A lei legal pode opor-se às leis físicas, mas não pode suprimi-las. Ter duas mães biológicas pode ser legal (e talvez até um dia possa tornar-se cientificamente possível) mas ouvindo a notícia integralmente não é disso que se trata.

As notícias têm dois erros: 1) Pela técnica descrita a criança terá uma mãe biológica, a que doa o ovócito, um pai biológico, mesmo que anónimo, o dador do espermatozóide. No processo intervém uma terceira pessoa, a que cede a barriga para incubação do bebé. Não é uma barriga de aluguer porque não é alugada, mas cedida graciosamente. Não se trata de uma gestação de substituição no sentido definido pela lei, porque neste "a grávida não tem qualquer direito parental sobre a criança que vai nascer". O parecer inventou o nome de "fertilização recíproca", o que me parece um completo disparate porque a fertilização será provavelmente in vitro e nada tem de recíproco, mas todo o material genético que moldará a criança vem dos dois dadores que são os progenitores biológicos, apenas eles. A que cede a barriga, companheira ou não da mãe biológica, não cede genes nem mitocôndrias, apenas o local de incubação. 2) O regulador, segundo a notícia, nunca chama "duas mães biológicas" às duas mulheres intervenientes. Poderão, eventualmente, ser duas mães legais, mas só uma é biológica.

Coisa diferente é quando, como se noticiou há meses já ser possível, o núcleo da célula feminina é retirado e introduzido num ovócito desnuclearizado para evitar a presença das mitocôndrias oroginais. Neste caso o óvulo terá material genético de duas mulheres, embora de uma seja apenas o material mitocondrial, que tem muito menor intervenção nas características do ser que virá a nascer. Aqui talvez se possa falar em duas mães. Mas, que eu saiba, esta técnica ainda é apenas experimental.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Salários milionários

Os salários elevados voltam a ser notícia. Diz-se que há gestores que ganham até 100 vezes o salário médio doa trabalhadores que eles gerem. Na notícia que se segue conclui-se que o "até" é abusivo, já que alguns ultrapassam este limiar. Fala-se de ganhos escandalosos. E realmente aos pobretanas como eu que ganham mais perto do salário médio português (que, segundo dizem, anda pelos 900 €) esses valores muito elevados fazem uma certa impressão. Será que merecem, que a sua contribuição para o desempenho das empresas que gerem justifica o que ganham? Curiosamente não é essa a discussão que se levanta. É muito e ponto parágrafo. Nem considerar que em empresas privadas, como é o caso quase geral, os accionistas são livres (e devem ser livres) de fixar os salários dos seus empregados, e os gestores são empregados, bem pagos, mas assalariados como os outros. Fala-se  em justiça social. Tenho uma ideia do que representa a justiça, mas a justiça social não sei o que seja. É como a ética republicana. Para mim, ética é ética. Não distingo a republicana de outras éticas.

Mas voltemos aos salários milionários. Fala-se concretamente de alguns gestores muito bem pagos, como Alexandre Soares dos Santos, Paulo Azevedo, Zeinal Bava, Mexia e outros. Mas para mim interessaria saber quantos são a ganhar esses balúrdios e a quanto monta o total desses rendimentos. Ouvi o PR dizer que serão 20. Suponho que se trata de uma conclusão baseada no número de empresas que compões o índice PSI 20, que há quem confunda com o número de empresas cotadas na bolsa. Mas mesmo que sejam 40 e que ganhem o mesmo do que Zeinal Bava recebeu no ano passado, 1,41 milhões de euros (é o valor mais elevado citado na notícia da TVI sobre o assunto). Teríamos um total de 56 milhões. Dividido este total pela população activa (5,17 milhões em 2016), daria 11 euros por ano a cada trabalhador. Conclusão: nem vale a pena falar mais no assunto.

Só mais uma nota: A notícia da TVI mencionada refere também alguns rendimentos de políticos e ex-políticos, como Alberto João Jardim (5000 euros mensais), Cavaco Silva (10000 euros), Santana Lopes (5178 por mês). De milionários não têm nada. Justificados ou não, a mim não escandalizam, apesar de ser muitíssimo mais do que eu poderia sonhar. Citar estes rendimentos de salários e pensões só pode ser considerado miserabilismo.

Contradições

Parece-me uma contradição evidente haver um grupo de políticos e economistas que elaboram um estudo que defende uma reestruturação da dívida pública por a considerar insustentável nas condições actuais e ao mesmo tempo o Governo que esses políticos e economistas apoiam toma medidas que têm como consequência directa o crescimento dessa mesma dívida. Como qualquer alteração das condições da dívida, incluindo prazos e taxas de juro, teria de ser negociada e uma negociação engloba necessariamente os devedores (nós) e os credores, é lógico perguntar se estes últimos não estarão atentos a um facto, o crescimento da dívida, que afecta a sua sustentabilidade.

Sem véu

A Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, subiu na minha consideração ao aparecer na presença do Rei da Arábia Saudita sem véu. Bom exemplo de recusar a nossa submissão a hábitos, culturas ou regras religiosas que não são as nossas.