terça-feira, 28 de junho de 2011

Fundo para os despedimentos

No Insurgente:

«o governo desistiu de avançar com umas medidas mais importantes do pacote legislativo: a criação de um fundo que financie os despedimentos»
(fonte: Jornal de Negócios)

Mais uma boa notícia. Sempre achei essa medida desajustada e injusta. Quando vi que constava do memorando de entendimento fiquei desanimado, porque pensei que tal inclusão a tornava inevitável. Venceu o bom senso e estou convencido de que a UE, o BCE e o FMI não vão penalizar o país por se desistir desta medida.

sábado, 25 de junho de 2011

Notícias erróneas

As nossas TVs necessitam ter mais cuidado com a exactidão das suas notícias. 2 exemplos:
1) Ontem, ao noticiar o aumento das taxas da dívida portuguesa, o jornalista afirmou: "Portugal vai pagar mais pelos empréstimos." Ora o aumento tinha-se dado no mercado secundário, já que não tinha havido emissões de novos títulos de dívida; portanto Portugal não pagou nem mais nem menos, continuou a pagar exactamente o mesmo. Quando muito pode-se dizer que é provável que na próxima emissão de dívida para os mesmos prazos as taxas sejam superiores, mas, como se sabe pelos dados históricos, nem sempre o mercado primário segue automaticamente as tendências do mercado secundário. Informação errónea pois.
2) Agora aparece em roda-pé: "Mais austeridade: pelo menos duas privatizações previstas para 2012 serão adiantadas" (Apesar das aspas, cito de memória: as palavras podem não ter sido exactamente estas.). Pode ser que venha a haver mais austeridade, mas não me parece exacto que as privatizações possam ser consideradas medidas de austeridade. Nem todas as medidas destinadas a diminuir a dívida pública são sinal de austeridade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Previsões sobre o futuro do Governo e sobre o futuro de Sócrates

Basílio Horta, esse recém convertido ao socialismo, ou melhor, esse agora PS confesso, mas já cripto-PS de há muito, afirma que pensa que o actual Governo, acabadinho de empossar, não vai durar mais de 2 anos. Tem os seus argumentos, principalmente o facto histórico de até agora nenhum governo de coligação ter conseguido durar a legislatura completa (pelo menos é o que dizem, que eu não tive ocasião de confirmar), mas não creio que tenha razão, já que o acordo da coligação me parece sólido e a situação não é de molde a permitir que acidentes do caminho levem a crises políticas. Mas a outra previsão de Basílio Horta desperta-me ainda mais desconfiança: a de que Sócrates voltará a ter lugar de destaque no panorama político (Não me lembro das palavras exactas, mas é este o sentido). Se é certo que houve o exemplo de Cavaco Silva, que depois de uma derrota teve uma travessia do deserto de 10 anos após o que reapareceu em glória, não me parece que Sócrates possa repetir o trajecto, já que o caminho anterior é o oposto: Enquanto que Cavaco, durante o seu consulado, teve uma aceitação crescente e se retirou de moto próprio, Sócrates teve a evolução contrária, começou com uma maioria absoluta, nas eleições de 2009 perdeu essa maioria e agora perdeu em toda a linha, para não falar nas derrotas nas europeias e nas autárquicas. Retomar o lugar de líder do PS já me parece difícil, apesar das fracas figuras dos 2 candidatos actuais, mas ambicionar a mais do que isso, quer seja o lugar de PM novamente, quer vencer uma eventual candidatura à Presidência da República, parece-me do domínio do fantasioso.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Medidas simbólicas

O facto de o Governador Civil de Lisboa se ter demitido mesmo antes de Passos Coelho ter acabado o discurso é irrelevante. Na verdade não faz falta nenhuma. Mas o ter publicado a carta de demissão no Facebook antes de o destinatário a ter podido ler parece-me lamentável, para não dizer mais.
Acabar com os Governos Civis pode ser uma medida simbólica e a poupança de dinheiro é insignificante perante a necessidade de redução de gastos, mas, mesmo simbólica, é altamente salutar (assim como a decisão do PM de passar a viajar em classe económica!).

terça-feira, 21 de junho de 2011

Grécia


O governo grego venceu o voto de confiança. Os enormes problemas não desapareceram, o perigo de bancarrota não passou completamente, mas de qualquer maneira é um alívio porque permite, pelo menos, adiar os maiores perigos e dar tempo para procurar soluções mais viáveis.

Austeridade

Vamos viver nos próximos anos sob rigorosas medidas de austeridade. Estas medidas metem medo a muita gente e são contestadas por alguns. No entanto a mim não parecem tão terríveis. Claro que sei que vou ganhar menos, que tenho desemprego na família, que vou pagar mais pelos bens e serviços que consumo e também mais impostos. Vou portanto viver pior. No entanto sou suficientemente velho para comparar a austeridade que aí vem com o modo de vida de há 2 ou 3 gerações. Nascido numa família da chamada classe média, lembro-me do difícil equilíbrio económico que os meus pais tinham de praticar. Lembro-me de que ter casa própria era para os ricos, que ter automóvel era para uma minoria (e os meus pais nunca tiveram), que ia a pé para a escola a quilómetros de distância, que ir para o liceu em transportes públicos era habitual e eu tinha de tomar o comboio e depois o carro eléctrico diariamente (e considerava-me muito feliz por ser dos poucos que frequentavam o liceu). Lembro-me de quando a minha mãe comprou o primeiro aspirador, de quando o meu pai lhe ofereceu o primeiro frigorífico, de quando compraram a primeira televisão. Recuando ainda mais no tempo, lembro-me de quando, por dificuldades económicas, os meus pais tiveram de vender a Enciclopédia Luso-Brasileira e uma máquina de escrever, em que meu pai trabalhava na sua 2.ª actividade, e de se mudarem para uma casa mais barata. Lembro-me de ter de sair de casa e ir ao telefone público mais perto para poder telefonar, já que não tínhamos telefone próprio. Já homem, sempre levei uma vida que considero relativamente austera, embora procurando algum conforto: o meu primeiro carro foi um Mini, nunca passei férias no estrangeiro (excepto quando trabalhei no estrangeiro), pouco vou a restaurantes e espectáculos e não aprecio luxos. Ainda hoje, o meu telemóvel é dos mais baratos e satisfaz-me plenamente. Por isso a austeridade não me assusta muito. Se for necessária para permitir que os meus netos não vivam pior do que eu vivi, já me dou por satisfeito.

Esperança

A composição do novo governo e principalmente o discurso de Pedro Passos Coelho no tomada de posse permitem-me alguma esperança na evolução de Portugal, nas vertentes política e económica, nos próximos anos. Claro que sei que bonitos discursos não são garantia de boa acção, mas nesta questão nunca há garantias, mas pode haver esperança. Pelo menos por me lembrar dos discursos de tomada de posse do 1º Ministro de então em 2005 e em 2009 que não me inspiraram nenhuma confiança.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Adeus... sem saudades!

4 alegrias:

1) Termos finalmente conseguido correr com o Sr. Pinto de Sousa (o José, não o António);

2) O mesmo ter-se demitido do cargo de Secretário Geral do PS (talvez assim o PS volte a ter alguma credibilidade, o que será bom para a Democracia);

3) O povo português ter optado por uma maioria de centro-direita;

4) O Carlos Moedas ter sido eleito deputado num círculo difícil.

E agora, que os eleitos ponham rapidamente mãos ao trabalho, é o que esperamos.

sábado, 4 de junho de 2011

Dia de reflexão

Estou a reflectir!