quarta-feira, 20 de julho de 2016

Será intencional?

Se o Governo, ou António Costa, ou Mário Centeno quisessem desvalorizar o Novo Banco, qual seria a melhor maneira? Era, de certeza, anunciar que tinham grande preocupação com a situação do banco, que provavelmente não seria possível vendê-lo e que admitiam que poderia a curto prazo, digamos em 1 ano, proceder à sua liquidação. Conhecida a história do BANIF, mesmo com as enormes dúvidas que ainda subsistem sobre o que aconteceu e porquê, é evidente que perante tal anúncio os eventuais interessados na compra teriam bons argumentos para baixar significativamente o valor das suas ofertas. A única diferença para o BANIF é que a eventual liquidação, agora mais provável depois do seu anúncio, tem o prazo de 1 ano e não de 1 dia, mas, apesar desta diferença muito importante, o Novo Banco tem hoje menos valor e menor possibilidade de sobrevivência do que tinha ontem. Não haverá, creio, corrida aos levantamentos, mas é de prever que pouco a pouco, no decurso do prazo indicado, os depósitos e outras aplicações irão diminuindo. Quem será tão descuidado que deixe valores consideráveis à guarda dum banco ao aproximar-se a data em que foi anunciada a sua possível liquidação. Nem o Fundo de Garantia de Depósitos poderá evitar esta tendência.

Outra questão é saber se o envio por carta destas preocupações e previsões para a Comissão Europeia, sabendo que tudo seria do domínio público em pouco tempo, foi consequência de pura incompetência ou fruto de qualquer plano maquiavélico cuja finalidade não vislumbro. De qualquer modo, responsáveis competentes e honestos não o fariam.

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