terça-feira, 26 de julho de 2016

Dados económicos: luz e sombra

Os dados económicos referentes ao 1.º semestre de 2016 divulgados pela DGO têm provocado reacções tão diversas que não parece que se baseiam nos mesmos números. Cada um salienta os valores que mais favorecem a sua visão e tira as conclusões que melhor servem os seus propósitos. O Governo e o PS concluem que estes dados confirmam que a execução orçamental está bem, obrigado. A oposição olha mais para os dados específicos e para o que será de prever de agravamento para o 2.º semestre. O pobre contribuinte fica atrapalhado para saber quem tem razão. Quanto a mim, Miguel Sousa Tavares definiu de modo adequado a situação, ao dizer que "os dados divulgados são positivos do ponto de vista financeiro, mas são negativos sob o aspecto económico" (Apesar das aspas, cito de memória e as palavras podem não ter sido exactamente estas.) De facto, se for verdade que a execução orçamental corresponde a 52% do previsto para o total do ano, parece que está a correr bem. Mas é difícil achar a situação positiva quando se verifica que a receita da Administração Central cresceu, em relação ao período homólogo de 2015, apenas 3%, perante uma previsão de 4,9%, sendo que a receita fiscal aumentou 2,7% (previsto 3,5%), desta, a receita de IRC caiu 5,3% (previsto -1,1%) e a receita de IVA aumentou 0,4% (previsto 3,2%). Quanto à despesa, no total aumentou 0,6%, quando se previa 5,8%, sendo que desta, a rubrica de bens e serviços baixou 2,7% (previsto aumento de 1,7%) e, mais preocupante, o investimento diminuiu 19,5%, estando previsto não uma diminuição, mas um aumento de 14,8%. Se estes dados não são desastrosos, não sei como classificá-los.

(Dados do Público)

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