terça-feira, 19 de julho de 2016

Ódio

Perante o choque do ataque de Nice, sucederam-se as declarações cheias de adjectivos, como é norma nestes casos. Quanto a mim, a declaração mais escusada e menos apropriada para a trágica situação foi a do Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, apelando à França para não ceder "às tentações da divisão e do ódio". O ódio é sempre odioso, inútil e muitas vezes dirigido de modo indiscriminado. O ódio é sempre indesejável e deve ser evitado e criticado, mas fazer este apelo quando não são conhecidos apelos ao ódio ou reacções violentas, parece que não era à França que o apelo deveria ter sido dirigidos, mas antes aos potenciais atacantes que têm demonstrado um ódio indiscriminado que não poupa ninguém. Se não foi o ódio que guiou o camião que em Nice ceifou vidas de franceses, estrangeiros, cristãos, muçulmanos e porventura crentes de outras religiões e ateus, se não foi o ódio que brandiu há pouco o machado num comboio na Baviera, como chamará Schulz e este ímpeto irracional? Senhor Martin Schultz, não dirija o seu apelo à França nem aos outros países que têm sido vítimas destes actos de ódio, procure antes os verdadeiros agentes do ódio..

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