sexta-feira, 15 de julho de 2016

Provérbios

É bem conhecido o provérbio "A rico não devas e a pobre não prometas". António Costa, pelos vistos, não o conhece ou, se o conhece, não o segue. Sabe quanto o País que ele governa deve aos investidores internacionais, que serão certamente bastante ricos para arriscarem investir em dívida soberana de um país fortemente endividado. Ao enveredar por uma política económica de reposição de rendimentos e de aumento de consumo, suportando em consequência défices mais elevados, está conscientemente a aumentar, ou pelo menos a não reduzir tanto quanto seria possível, a dívida. Quanto ao segundo conselho do provérbio, sobre não prometer aos pobres, é evidente que não o segue minimamente. Pior, promete mais do que o que pode dar. O aumento de rendimento está incidindo principalmente sobre os funcionários públicos e os contribuintes dos maiores escalões do IRS e não sobre os pobres. As pensões mínimas tiveram aumentos que mal dão para um café por mês. A redução tão propagandeada das taxas moderadoras na saúde foi, pelo menos num caso meu conhecido, de 7,50 euros por consulta para 7,00 euros.

Além deste provérbio, há um dito, norma citada da Bíblia (Lucas 16:13), que diz: "Ninguém pode servir a dois senhores". Ao prometer cumprir as normas da UE e do Tratado Orçamental e, ao mesmo tempo, não desrespeitar o que acordou com os partidos de esquerda comunista nem lhes desagradar para não perder o seu apoio, António Costa está enveredando por um caminho que mais tarde ou mais cedo o levará a uma situação completamente insustentável.




A sabedoria do povo deve ser tida em conta. A da Bíblia é muitas vezes fundamentada na experiência dos povos e não deve também ser desprezada.

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