segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Não notícia

As TVs continuam a ter falta de assunto, talvez por causa da greve da LUSA ou de falta de imaginação. Assim vão buscar assuntos que não interessam nem ao menino Jesus e desenvolvem até à náusea. Agora foi a escuta que apanhou o Primeiro Ministro, que deu pano para mangas e que dias depois de tudo explicado e resolvido ainda dá para remexer os restos. Os três canais informativos começaram hoje os noticiários da manhã com o que ainda conseguiram sacar deste não assunto, o que só poderia dar uma não notícia. Com tom solene afirmaram quase em uníssono, só que em diferentes frequências do espectro televisivo, que o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça se tinha recusado a falar sobre a escuta que envolvia o Primeiro Ministro e que lhe fora enviada para eventual validação. Estavam à espera de quê? Que Noronha do Nascimento anunciasse já hoje, perante as perguntas dos jornalistas, o que vai decidir sobre o assunto?

O assalto dos jornalistas às figuras públicas com perguntas por vezes até impertinentes começa a ter momentos de exagero, como aquele em que a jornalista anunciou que o PM tinha deixado expresso que não responderia a perguntas, mas que, mesmo assim, iria interrogá-lo para tentar obter uma declaração. Quando o PM passou, em passo apressado, perto dela, lá gritou uma pergunta que, evidentemente, ficou sem resposta. Será que não reconhecem que não é assaltando as pobres vítimas com perguntas e mais perguntas que podem obter alguma notícia que valha a pena. Por vezes, mesmo em entrevistas ou em conferências de imprensa, resolvem, perante a falta de resposta, refazer por outras palavras a mesma pergunta que já tinham feito ou que um colega tinha atirado. É um jornalismo de ataque que os políticos aprenderam a aguentar com alguma bonomia.

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