terça-feira, 23 de outubro de 2012

Cortes

No Insurgente surgiu há dias uma extensa lista de organismos para os quais se propunha, para o Estado poupar dinheiro, encerramentos para 58, cortes de metade dos custos para outros 27, "pela sua inutilidade presente", e cortes de 20% em ainda mais 56, "onde são sobejamente reconhecidas ineficiências". À primeira vista pareceu-me uma boa proposta, mas quando li as listas mudei de opinião. Se admito que muitos dos organismos incluídos possam ser pouco mais que inúteis ou possam ser reformados de modo a não consumirem tantos recursos, já duvido muito que se possam encerrar pura e simplesmente a maioria dos fundos e serviços autónomos da lista 1., que a maioria dos da lista 2. tenham uma “inutilidade presente” tão evidente que mereçam um corte de metade e ainda que os da lista 3. tenham todos “ineficiências sobejamente reconhecidas” e possam sofrer cortes de 20%. É a propostas como esta que se chama com propriedade “cortes cegos”, tanto por cento e que se arranjem, sem justificar que reorganização pode suportar a perda de receitas. Choca-me principalmente ver incluídos nestas listas todas as Universidades e os Institutos Superiores e Politécnicos. Admito sem dificuldade que muitos dos organismos citados, e por ventura outros que não constam das listas, possam ou mereçam ter os seus orçamentos revistos e eventualmente diminuídos na parte que provém do Estado, mas, assim a granel, não. A lista pode ter a vantagem de lançar uma pedrada no charco e levar os responsáveis a pensar mais sobre o assunto, mas tal como está, se fosse posta em prática, creio que causaria problemas gravíssimos por falta de acções necessárias ou mesmo fundamentais e levaria à paralisia de organismos cujo funcionamento é importante.

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