sábado, 24 de outubro de 2015

Todos perguntam pelo papelinho

A esperteza de António Costa não foi suficiente para disfarçar o que já toda a gente notou e sobre a qual quase toda a gente já falou: o Secretário-Geral do PS pretendia ser indigitado e empossado como Primeiro-Ministro com base dum acordo que ainda não existe. Na notável entrevista que Judite Sousa fez à pouco a Jerónimo de Sousa, ficou bem patente que não faltam apenas questões de pormenor para passar a papel e assinar um acordo que assegure a estabilidade para a legislatura. Judite não deixou que Jerónimo fugisse à questão e este acabou por reafirmar o que já tinha dito, mas ninguém comentou: O PCP está de acordo em não votar qualquer moção de rejeição dum programa de governo que o PS proponha à AR e poderá viabilizar o orçamento para 2016, mas não abdica da possibilidade de votar contra qualquer iniciativa que venha a ser proposta pelo PS e que considere ser contra os interesses dos trabalhadores e do povo português segundo os seus critérios.

Além disso, mesmo que venha a ser concluído o tal acordo PS/PCP/BE, o que não é certo, se este ainda não estiver assinado no momento da votação das moções ou da moção do BE e do PCP para rejeição do programa do governo de Passos Coelho, António Costa não poderá votá-las sem ir frontalmente contra o que prometeu: não rejeitar um governo sem ter um governo alternativo para apresentar.

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