segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Um país sem salários

António Costa regozija-se com o aumento do número de alunos colocados em cursos universitários na 1.ª fase. É natural, é uma boa notícia e só fica bem ao PM reconhecê-lo. Mas os termos em que o fez tocam o delírio: "O aumento do número de alunos no ensino superior representa a morte do modelo de desenvolvimento que a direita quis impor neste pais, de um país sem salários, sem direitos e sem Estado Social". Em primeiro lugar, não se vislumbra a relação entre o aumento do número de alunos no ensino superior e as características de AC julga definirem o modelo da "direita". Se é certo que as dificuldades financeiras podem dificultar as famílias a investir na educação superior dos seus jovens, não foi o "modelo de desenvolvimento da direita" que causou essas dificuldades financeiras, mas a bancarrota que o PS provocou, pelas políticas de José Sócrates, e as exigências que constavam do acordo que o PS negociou com a troika. Em segundo lugar, o aumento de alunos verifica-se há 3 anos consecutivos, mesmo com o infame modelo da "direita". Os louros desse resultado não podem ser, portanto, atribuídos à política deste governo. Em terceiro lugar, quando AC fala de "um país sem salários, sem direitos e sem Estado Social" não pode estar a referir-se a Portugal. Os cortes nas remunerações dos funcionários públicos, por muito penalizadores que tenham sido, não podem ser comparados à ausência de salários, muito menos atribuídos a todo o País. A referência à ausência de direitos e de Estado Social, mesmo como uma imposição que a "direita" pretenderia, é um puro delírio.

Querer ficar com os louros do aumento de alunos no ensino superior, atribuindo este bom resultado à morte de um modelo de direita não resiste a uma rápida análise da realidade.

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