sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Remodelações

Só houve uma remodelação real, aliás uma mini-remodelação apenas ao nível dos secretários de Estado, mas existe uma outra remodelação virtual, aquela que desde há meses numerosos políticos, comentadores e cidadãos vem desejando, reclamando, exigindo ou prevendo. A diferença entre as duas, a real e a virtual é enorme. O Primeiro Ministro soube resistir aos desejos, reclamações, exigências e previsões. O Governo já foi declarado moribundo, morto, não existente e, mais recentemente, destroçado. A crise na coligação já foi declarada várias vezes com a inevitável queda do Governo, tendo sido dados prazos para esse evento, que já todos foram esgotados. Já se pediu as cabeças de ministros. O ministro Relvas foi alvo de uma violenta e longa campanha para a sua destituição. A sua presença no Governo tem sido considerada inadmissível, fatal para a estabilidade governativa, inconveniente para o Estado. O ministro Álvaro Santos Pereira foi considerado inexistente, inútil, inoperativo. A ministra Cristas também tem sido vítima de prognósticos de remodelável. A remodelação profunda do Governo, com a saída destes ministros e de alguns outros, já ultrapassou todos os prazos vaticinados (excepto os de Marques Mendes, que aponta para depois das autárquicas) e continua sem data apontada. No entanto nada disto aconteceu e a remodelação real foi anunciada de surpresa, tendo os adivinhos de serviço falhado redondamente na sua previsão. Agora só resta aos críticos do costume apontarem os defeitos dos novos governantes, para o que não perderam tempo.

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