quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Feliz povo

Feliz povo o nosso: Não temos problemas importantes. Para nos entretermos temos de discutir questões menores que não interessam a quase ninguém, como o caso do Secretário de Estado que tem o pecado original de ter estado ligado à SLN e que começou a trabalhar aos 16 anos numa empresa que ainda não existia, o outro que foi nomeado para Director-Geral um dia antes de ir para Secretário de Estado, o caso do novo TGV que afinal não é TGV nem é novo e que será em bitola ibérica ou na europeia ou então será bi-bitola, o caso do banqueiro que ofendeu os sem-abrigo ou não ofendeu e que diz que o povo aguenta ou não aguenta, o caso dos candidatos a presidentes de câmaras que podem ou não podem candidatar-se por causa de uma lei que pode ou não pode impedi-los, e outros casos escaldantes que só interessam a quem gosta de escândalos e polémicas menores ou que podem fazer aumentar a tiragem de jornais e as audiências de canais, para não falar nos importantíssimos casos do Sporting e da selecção. Se houvesse crise, se houvesse cortes nos salários e nas pensões, se os impostos subissem a níveis dolorosos, se a dívida pública aumentasse em vez de diminuir, se a despesa em juros da dívida fosse quase incomportável, se cada vez mais famílias tivessem dificuldade em pagar as prestações da casa, haveria razões para nos preocuparmos. Mas pelos vistos o que mais interessa é o caso do Franquelim, o do outro de que não recordo o nome, o do TGV, o do Ulrich, e todos os outros que servem de arma de arremesso e de pretexto para pedir demissões no Governo, como se nada de verdadeiramente importante se passasse.

P.S.: E quase esquecia o caso do GNR que terá alegadamente dado um pontapé a um suíno.

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