terça-feira, 10 de abril de 2012

Uma verdade para cada um

Se não me falha a memória, o título deste postal baseia-se no de uma peça de Pirandello. Confesso que não li a peça, e portanto não sei se trata da audição de uma ex-Ministra da Educação para quem a verdade é completamente diferente da verdade que o actual ministro da pasta, e com ele muitas outras pessoas, reconhece. Mas se não for este o assunto da peça, bem podia ser. Ouvi com espanto as afirmações de Maria de Lurdes Rodrigues na audição à comissão da AR que investiga a acção da Parque Escolar. Parece que o relatório do Tribunal de Contas que, segundo MLR elogia a gestão da Parque Escolar, não é o mesmo que aponta para enormes derrapagens orçamentais e pagamentos ilegais. Mas o que mais me impressionou foi MLR afirmar, em sua defesa, que "o que é barato, às vezes, sai caro", pois uma poupança nas obras de requalificação de escolas pode provocar que estas só durem 2 anos! Não sei se há casos concretos de escolas ou melhoramentos em escolas que só tenham durado 2 anos. Se houvesse alguma caso assim, certamente que seria possível responsabilizar os construtores.

Outro episódio digno de registo foi a defesa, por parte de MLR, da escolha para uma escola de candeeiros de Siza Vieira, o que, segundo ela, não constituiu um luxo injustificável, pois esta escolha não seria considerado um luxo noutros espaços. Não sei a que espaços se referia, mas o preço dos candeeiros, 1700 euros cada, deveria ser razão para evitar a sua escolha mesmo para o gabinete do Presidente da República.

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