sábado, 14 de abril de 2012

O lugar onde se nasce

Alguém disse que "o lugar onde se nasce nunca devia morrer". Quanto a mim é uma afirmação tola e não adianta nada para a polémica sobre o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, polémica que, como jmf bem notou, tem sido alimentada na comunicação social com os argumentos que menos interessam.

Os meus pais sempre me disseram que eu nasci em casa. Claro que hoje, felizmente, ninguém nasce em casa, mas sim em locais mais seguros e apropriados. Não sei se ainda existe a casa onde nasci, nem me interessa saber. Só sei que ficava numa vila que hoje é cidade. Se eu fosse célebre talvez isso interessasse para porem uma lápide, mas só depois de eu morrer, o que me seria indiferente. Os meus filhos nasceram em clínicas que ou já não existem ou já não têm bloco de partos. A minha neta nasceu na MAC, mas nem ela nem ninguém na família se importa que feche ou que não feche. Depois dessa experiência pude proporcionar ao meu neto um nascimento num hospital privado. Não me arrependi. Esse hospital não está para fechar, mas se fechasse também não nos faria diferença: há outros com as mesmas condições. Os locais, maternidades ou outros, por vezes perdem as condições de terem a utilidade para que foram construídos. Nesse momento não lhes resta senão mudarem de função ou desaparecerem.

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