sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Canções? Não: Songs

A redacção do Observador escolheu 10 canções para agitar a passagem do ano. E, sem surpresa, são todas absolutamente desconhecidas para mim, assim como a grande maioria dos seus intérpretes. E são todas anglo-saxónicas, ou pelo menos com títulos em inglês. Não me admira, já que é difícil ligar uma estação de rádio ou sintonizar um canal musical de TV e não ouvir cantar em inglês, mesmo que por vezes quem canta não seja britânico nem americano (excepto no Canal Mezzo, evidentemente). Mas mesmo assim, não será o gosto dos componentes da redacção do Observador um pouco limitado? Eu sei que, devido à minha idade, sou do tempo em que se apreciavam canções francesas, italianas e até algumas portuguesas e mais raramente espanholas. Agora é tudo inglês. Posso ser bota-de-elástico (a própria expressão "bota-de-elástico" está a cair em desuso, prefere-se "cota"), mas não se terá caído numa monotonia musical? E não me refiro só à língua, também os estilos agora em moda são monótonos. Não as canções, evidentemente, mas sim os estilos.

Serão sinais dos tempos? Antes não era assim? Bem, não é preciso sair do Observador, basta mudar de secção e ir à escolha das dezasseis canções que fazem 50 anos em 2016, mais as cinco5 da mesma época e que, segundo o articulista, ficaram no ouvido (não no meu ouvido, certamente). Esta selecção não é da responsabilidade da redacção do jornal, mas sim do jornalista João Cândido da Silva, mas segue o mesmo princípio linguístico: têm todas títulos em inglês e suponho que eram cantadas neste idioma. Ora há 50 anos eu ainda não era tão velho como hoje (!), estava mesmo na chamada flor da idade. E sei perfeitamente que havia canções cantadas noutras línguas e algumas que ficaram mesmo no ouvido, pelo menos no meu.

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