quarta-feira, 9 de julho de 2014

Plano concreto para a bancarrota

Depois dos 74 vêm os 4. Quais cavaleiros do apocalipse, anunciam a desgraça, mas, ao contrário dos cavaleiros, estes peões disfarçam a desgraça num triunfo: Num documento intitulado Um Programa Sustentável para a Reestruturação da Dívida Portuguesa prometem resolver de vez o problema da dívida pública e privada e explicam em pormenor ao longo de mais de 70 páginas como é possível realizar esta proeza. Quando ouvi o anúncio deste programa, desconfiei, não só por vir de quem vinha, mas também por já ter meditado um pouco sobre a problemática graças ao Manifesto dos 74. Mas, como os meus conhecimentos de economia são apenas básicos, não me atrevi a exprimir críticas sobre o plano até ler opiniões mais abalizadas:

Carlos Guimarães Pinto, n'O Insurgente, analisa resumidamente, mas de modo sistemático, a proposta de Louçã ed al., e apresenta, sob a forma de perguntas, as mais que prováveis consequências: "fuga de depósitos" e perda da "solvabilidade dos bancos portugueses".

José Manuel Fernandes, no Observador, também analisa em pormenor a proposta e apresenta as dificuldades e os inconvenientes (entre outros a "perda imediata de acesso aos mercados").

Vital Moreira, no blog Causa Nossa, faz uma crítica mais feroz e mesmo destrutiva. Conclui que a proposta de Francisco Louçã equivaleria a um "maciço confisco e coletivização (sic, assim sem "c", a culpa é do AO90) patrimonial" e afirma que "É evidente que nenhum governo responsável alguma vez poderia perfilhar uma ficção destas, para não falar da sua rejeição liminar pela UE."

Creio que os quatro subscritores do programa terão alguma dificuldade em rebater com algum êxito estas críticas. O "programa sustentável" parece tudo menos sustentável.

Declaração de interesses: Possuo um Certificado de Aforro e alguns Certificados do Tesouro, além de algum dinheiro no banco, como quase todos os portugueses. Por isso, não aceitaria o programa proposto, já que me prejudicaria sensivelmente. (ver página 32)

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