quinta-feira, 31 de julho de 2014

Abcesso ou cancro?

Há cerca de 20 dias, Ulrich referiu-se ao caso BES com um "abcesso no caminho de prestígio do País". Perante a reação indignada de alguns, explicou que um abcesso é uma afecção que pode ser tratada e até é possível que não deixe sequelas. Nos últimos dias verificou-se que Ulrich, como de outras vezes em que previu problemas graves, se não tinha razão foi por defeito, ao nter comparado o caso do BES a um abcesso, quando afinal seria mais apropriado compará-lo com um cancro. Claro que um cancro também é tratável e com os avanços da medicina pode felizmente muitas vezes ser tratado e curado sem sequelas, principalmente quando se conhece o remédio adequado. A semelhança com um cancro é adequada porque o doente sentiu os sintomas que faziam adivinhar doença grave, mas quiz mantê-los em segredo e só agravou o seu estado ao não tomar a tempo as precauções que se impunham. Quando teve mesmo de ir ao médico, começou por tentar embelezar a situação e só com meios de diagnóstico mais poderosos se descobriu o tumor. Uma observação mais invasiva revelou que o tumor já era enorme, pondo em perigo a vida do doente. Só um tratamento de choque e uma mudança radical de comportamento podem conduzir à cura e salvar o doente, mas o facto de se conhecer agora com maior precisão a causa e a localização do tumor torna mais fácil o tratamento e provável uma evolução favorável. Estirpar o tumor e eliminar completamente possíveis metástases constituem as únicas vias de salvação.

Pode dizer-se, numa alegoria religiosa, que, em vez de rezar ao Espírito Santo, o caminho correcto é recorrer a água benta.

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