segunda-feira, 17 de julho de 2017

Tancos

Fiquei muito admirado ao ler notícias de que as averiguações sobre o furto de material militar de Tancos tinham sido concluídas. Já me espantou menos que, como consequência dessa conclusão, os comandantes que tinham sido exonerados pelo Chefe do Estado Maior do Exército tinham sido reintegrados, porque realmente a razão apontada para a sua exoneração foi evitar interferências no inquérito. Se acabou o inquérito, não havia razão para manter a situação de afastamento destes comandantes. Mas já não percebia como era possível ter terminado tão rapidamente as averiguações e não haver, com esta nova, qualquer informação, por mínima que fosse, sobre autores do assalto, sobre paradeiro do material e outros aspectos básicos. Estranhamente, uma notícia tão importante teve pouco eco: apenas rosa-pés muito resumidos e nada explicativos nos canais de notícias nacionais e nenhum desenvolvimento. Aliás havia contradições: uns diziam que o fim das averiguações tinha permitido a transferência do material de Tancos para outros paióis, outros relacionavam esse fim com a reintegração dos comandantes antes afastados, para uns o material militar tinha já sido transferido (o que por segundos me levou a crer que se teria concluído que afinal o material não fora furtado, mas sim transferido e, por uma desorganização extrema, alguém, ao dar pela falta dele em Tancos, pensou que tinha sido furtado), para outros o material (o restante ainda presente nos paióis de Tancos) ia agora ser transferido. Enfim, tudo muito mal explicado. As notícias maia desenvolvidas dos jornais e das TVs na net pouco acrescentavam. No sítio do CEME não consegui encontrar o comunicado original. Felizmente dei com uma referência ao comunicado público que explica que as averiguações que foram dadas por terminadas se referiam apenas a "funcionamento das áreas técnica, segurança física, controlo de acessos e vigilância eletrónica dos Paióis Nacionais de Tancos (PNT)". Fiquei mais descansado e mais bem informada: As averiguações mais importantes sobre foi possível o assalto, como decorreu, quem e com que fim foi efectuado e possibilidades de localizar e recuperar o material e o responsabilizar os assaltante e seus eventuais cúmplices internos, isto é, o que é fundamental, não estão nem podiam estar terminadas. A nossa comunicação social, na ânsia de resumir uma notícia que lhes pareceu de pouca importância, não pensou que seria conveniente transcrever do comunicado a finalidade estrita das averiguações referidas.

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