quarta-feira, 2 de setembro de 2015

1200 euros

O drama dos migrantes que estão literalmente a invadir a Europa desperta muitas reflexões, principalmente de piedade, de solidariedade e outras. Mas para mim, hoje ouvi uma curta declaração de Teresa Tito de Morais que me fez pensar num aspecto que ainda não ouvi abordar. Disse ela que o custo de manter cada refugiado ronda os 1200 € por mês. Ora é preciso ter em conta que há muitos pensionistas a sobreviverem com pouco mais de 200 euros mensais, muitos trabalhadores que só recebem o salário mínimo de pouco mais de 500 €, já para não falar dos portugueses que vivem com muito menos, apenas com o Rendimento de Inserção Social. Se é certo que 1200 € não é muito, não será ilógico destinar o esforço de solidariedade a alguns que afinal serão assim privilegiados, quando há quem sobreviva com muito menos? Bem sei que os países que vão acolher os refugiados terão subsídios da União Europeia, ao que parece, no caso de Portugal, num total de 39 milhões de euros, mas essa origem não corrige a flagrante desigualdade de tratamento. Se, por virem fugidos de países onde a guerra ou outras circunstâncias não lhes permite viver, merecem ajuda, será equilibrado que essa ajuda seja superior, nalguns casos em várias vezes, ao que recebe quem tem uma pensão por ter trabalhado toda a vida ou quem ainda trabalha?

Sem comentários: