terça-feira, 25 de março de 2014

Os cortes de 2015

Vai por aí uma grande controvérsia sobre quanto e como é que o Governo vai cortar em 2015. O PS acusa o Governo de ter uma agenda escondida, mas sabe que os cortes serão da ordem de 2000 milhões de euros. O PCP não sabe quanto se cortará, mas sabe que os sacrificados serão os mesmos do costume. Marques Mendes arvorou-se outra vez em porta-voz não oficial do Governo e soube que o assunto foi discutido em conselho de ministros e que o corte será entre 1500 e 1700 milhões. Mas todos deploram estes cortes. Não consigo compreender o porquê de tanto alarido. Há muito que toda a gente sabe que de 2014 para 2015 o défice deve descer de 4% para 2,5%. Portanto não é preciso ser muito esperto nem saber muito de matemática para ter uma ideia de quanto terá de se reduzir na despesa ou aumentar na receita do Estado para conseguir esta baixa. As possibilidades de aumento de receita são muito reduzidas e portanto é na redução da despesa que vai residir a maior parte do ajustamento. A comunicação social decidiu designar como "cortes" qualquer redução de despesa. Os cortes serão pois inevitáveis e desde há muito previsíveis. Se serão da ordem de 2000 ou entre 1500 e 1700 milhões é questão de pormenor. A única incógnita é sobre que despesas cairão estes cortes. Claro que todos gostaríamos de ver esta incógnita levantada o mais cedo possível, mas é natural que não seja nos primeiros meses de 2014 que se poderá saber pormenores do orçamento para 2015. Sejam os cortes em salários, em pensões ou noutras rubricas, o certo é que, reduzindo o Estado os seus gastos, haverá menos dinheiro na economia. Quem duvida?

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