segunda-feira, 3 de março de 2014

A pergunta "E agora, Ucrânia?" continua sem resposta

A situação na Ucrânia continua tensa, principalmente na Crimeia. Apesar dos numerosos apelos ao diálogo, à contensão e a soluções pacíficas, mantêm-se o perigo de poder desencadear uma guerra de dimensões desconhecidas. As ameaças que têm vindo de diversos responsáveis ocidentais dirigidas à Rússia parecem-me pouco eficazes, para não dizer deslocadas. É claro que Putin conhece muito bem os perigos que corre e saberá como actuar para os minimizar, sabendo que o efeito surpresa é eficaz e que o Ocidente tem pouco espaço para acção eficaz. A informação continua a ser incompleta e pouco isenta. As palavras de Miguel Sousa Tavares há pouco no jornal das 8 da SIC foram as mais adequadas que ouvi até hoje sobre o assunto. Discordo muitas vezes e Miguel Sousa Tavares, mas por vezes é um dos poucos a dizer as verdades. Que a Crimeia é essencialmente russa pela história desde o século XVIII e pela população ainda hoje é um facto. Foi oferecida à Ucrânia por um capricho de Krushtchov numa altura em que isso politicamente não tinha qualquer efeito prático. Considerar essa dádiva irreversível, sem ter em consideração a vontade da maioria da população parece pouco democrático. Provocar uma guerra por isso, parece irresponsável. Sousa Tavares já tinha afirmado que os russos não iam ficar de braços cruzados. Acertou. É provável que continue a acertar agora.

Sem comentários: