sábado, 13 de julho de 2013

Cada cabeça, sua sentença

A proposta do Presidente da República veio lançar a confusão. A comunicação social ajudou à confusão ao pôr toda a gente que conseguiu convidar, mesmo os que há muito tempo não apareciam na TV, a dar opiniões, tentar interpretar e adivinhar o que se vai passar. A reacção dos partidos foi cautelosa, principalmente no que se refere aos da coligação; estes evitam ao máximo dar a entender que não concordam com os aspectos mais polémicos da sugestão, e aproveitam para mostrar uma concordância sincera ou forçada aos aspectos que mais lhes convêm.

Também o PS evita dizer que está frontalmente contra a proposta, mas vai avisando que, como sempre disse, não apoiará nem fará parte de um governo sem que antes haja eleições. Esta declaração parece-me deslocada, pois as palavras de PR não levam necessariamente à conclusão de que pretenda o apoio ou a participação do PS em qualquer governo antes de eleições, mas apenas a concordância com um compromisso de salvação, que não configura um apoio mas apenas um consenso mínimo sobre certos princípios relacionados com a realização prática do que foi acordado no Memorando de Entendimento (Claro que existe o problema das sucessivas revisões do memorando, mas isso não exclui a possibilidade de domínios de concordância.).

Quanto ao PSD e ao CDS, declarando-se a favor do entendimento proposto por Cavaco, não deixam de falar na pretensão de governarem até ao fim da legislatura. A esta manobra, o PS responde que não prescinde da fixação de eleições antecipadas em Junho de 2014 no eventual compromisso, embora recorde que prefere que fossem já este ano. Nesta pretensão acho que Seguro faz bluff, pois eleições legislativas na mesma data das autárquicas iria pôr o PS na obrigação de tomar medidas impopulares ou, em alternativa, não cumprir as metas fixadas, sem tempo para negociações para obter mais tempo e juros mais baixos, aliás de resultado incerto.

Aguardam-se os próximos capítulos deste intrincado enredo.

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