quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Queixinhas

Fiquei verdadeiramente surpreendido com a acusação feita pelo BE, depois da reunião dos partidos com a troika, de que os partidos do Governo, PSD e particularmente o CDS-PP, teriam pedido mais tempo e mais dinheiro para o ajustamento orçamental português. A minha surpresa não veio do objecto da acusação, que foi prontamente desmentida (e pode ser verdade ou não), mas sim do simples facto de ter sido efectuada. É a primeira vez, que me lembre, que depois de uma reunião, uma das partes vem dizer o que outra disse, em vez de se limitar a revelar o que disse ela própria. Suponho ser uma norma elementar de boa convivência democrática e de boa educação, mesmo fora do universo da política, que não se revelem as posições que outras partes tomaram em reuniões não públicas, sobretudo com o intuito de acusar posições com que não concorda. Seria bonito que depois da reunião entre Passos Coelho e Seguro ou entre o PM e o PR cada um tivesse vindo dizer o que o outro disse e o que respondeu. Tenho apreciado, por exemplo, como, após audiências com o Presidente da República, os intervenientes, quando fazem declarações, se limitam a relatar o que disseram, calando o que o PR lhes terá dito. Espero bem que esta atitude incorrecta do BE não se torne um hábito; seria um muito mau hábito.

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