Acabo de ler no Público de hoje a crónica de António Barreto "Tudo como dantes, nada como dantes".
http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=cronista.asp%3Fimg%3DantonioBarreto.jpg%26id%3D288833%26check%3D1
Um texto de uma clarividência quase arrepiante, lúcido, incisivo, quase cruel.
Conheci António Barreto nos anos 60, principalmente durante a crise académica de 1962, e já então fiquei a apreciar a sua lucidez e frontalidade, frutos não só de uma grande inteligência mas também de uma honestidade que o levam a não contemporizar com a necessidade de ser "politicamente correcto".
Depois de muitos anos sem saber dele, eis que tive notícia do seu regresso a Portugal e à actividade política. Actualmente continuo a ler regularmente as suas crónicas e a concordar com quase tudo o que diz. Descomprometido, desassombrado, dá-se ao luxo de dizer o que pensa.
A crónica de hoje não poupa os políticos. Sem particularizar, não se inibe de afirmar: "Os governos, a começar pelo português, têm dado lições inesquecíveis que todos os manipuladores do mercado usam como inspiração. Mentira, leis retroactivas, mudança inesperada de regras, intrusão na vida privada dos cidadãos, instabilidade fiscal, falta de cumprimento de cláusulas contratuais, adjudicações de favor, licenças sem concurso público, favoritismo e nomeações de altos dirigentes por confiança partidária, tudo tem justificação, tudo se explica pela necessidade de vencer, de crescer e de ganhar eleições."
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