segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O falhanço

Já era evidente desde há algum tempo, mas ainda não era reconhecido por muitos responsáveis pela divulgação de notícias de economia na nossa comunicação social: o plano económico do Governo falhou. Todos os indicadores o demonstram. A declaração de Francisco Sarsfield Cabral diz em poucas palavras o que já não oferece dúvidas:

«Prometeu-se o crescimento da economia com base no consumo privado, mas o que temos são impostos a aumentar e “pela calada”.
 
Durante os primeiros meses da governação de António Costa, a ladainha do “fim da austeridade” foi repetida à exaustão. Recentemente, porém, o Governo limita-se a falar no cumprimento das metas do défice orçamental.

É que falhou o plano mágico para pôr a economia portuguesa a crescer, com base na expansão do consumo privado.

Como, na altura, muita gente alertou, essa política não podia resultar. E não resultou: o crescimento económico, que o PS começou por apostar que seria perto de 3% este ano, provavelmente nem chegará a 1% (em 2015 foi de 1,5%).

Com o investimento do Estado em níveis baixíssimos – curioso, para um Governo dito de esquerda –, as exportações a abrandarem e as importações a subirem, o plano falhou.

Por isso, a austeridade continua. Veja-se, por exemplo, o congelamento dos salários da função pública. E os impostos vão subir. Mas “pela calada”, como aconteceu agora com o IMI e não só.

Até o Presidente da República, que fala sobre tudo e mais alguma coisa várias vezes ao dia, ocultou a promulgação do diploma, como Raquel Abecasis referiu ontem na Renascença.»

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