sábado, 10 de janeiro de 2015

Não pode haver desculpas para assassinos

Ontem nada consegui escrever sobre o atentado de Paris. Entretanto já toda a gente disse tudo o que eu poderia ter dito e o seu contrário. Vamos a ver: Quanto a mim o que ocorreu foi um assassinato, um massacre. E isto é horrível e condenável, qualquer que tenha sido o pretexto. Por outro lado é completmente injustificado, tendo agora em conta o que motivou o crime: desenhos publicados por um jornal. Não interessa, para a condenação do acto, que os desenhos tenham sido bem ou mal feitos, que sejam críticos ou injénuos, que sejam ofensivos ou não. O simples facto de cometer o massacre para castigar (ou retaliar) pela publicação de desenhos é horrível e incompreensível para a nossa cultura. E aqui encontra-se o cerne da questão: a liberdade de imprensa. E também a liberdade de opinião. Os desenhos eram vistos como ofensivos para alguns. Podiam protestar, responder com críticas ou com outros desenhos. Se além de ofensivos fossem difamatórios, poderiam apresentar queixa, mas não sendo o caso não sei se na lei francesa ou de qualquer outro país ocidental existirá qualquer impedimento legal à sua publicação. Não interessa a qualidade dos desenhos. Argumentar que não se devem publicar desenhos ofensivos para alguém ou que os desenhos eram de mau gosto não interessa para este caso. Nada pode desculpar um assassinato.

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