terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Grécia: Sair ou não sair, eis a questão

A crise política na Grécia, a acrescentar à crise financeira, à crise económica que desta resultou e à crise social que foi causada pelas duas, provoca justificada apreensão em toda a Europa e particularmente na zona euro. Mas há controvérsias que me parece estarem levando a reacções exageradas. Por exemplo, quando Miguel Sousa Tavares considera que Angela Merkel está a exercer uma pressão inaceitável sobre a Grécia por ter dito que se se tornar inevitável a saída do país da moeda única isso já não criará uma situação impossível de gerir e, para além disso, quando acha que a reacção dos mercados ao provocar quedas nas bolsas de diversos países é também uma forma de pressão inaceitável, está a dar demasiada importância à reacção da chanceler alemã e a considerar os mercados como uma entidade com vontade e intenções próprias. Aliás até concordo com Merkel em que uma eventual saída da Grécia do euro hoje já não será tão grave como teria sido se tivesse ocorrido há um ano ou mais. Será sempre um golpe, terá sempre consequências, mas se os restantes países do euro se mantiverem firmes não resultará perigo grave para a sobrevivência da moeda única. As recentes declarações de Tsipras em como não tenciona pedir uma saída do euro contribuem certamente para acalmar os piores receios.

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