terça-feira, 22 de abril de 2014

Programa de Governo Freitas-Soares?

Ouço e espanto-me. Torno a ouvir e fico ainda mais espantado. E não percebo.

Que quer Freitas do Amaral ao dizer que são precisos novos partidos? Nenhum dos que existem lhe serve? Talvez por já ter fundado um e servido em outro de tendência exactamente contrária, já não gosta de nenhum. Que efeito tem dizer que são precisos novos partidos? Ele, Freitas do Amaral, pode fundar mais um, já sabe como é, mas não pode fundar muitos nem apagar os que agora existem. Que quer que os novos partidos que preconiza façam de diferente dos partidos que existem? Se preconizasse uma nova distribuição de poderes, uma nova legislação eleitoral, diferentes disposições constitucionais, coisas concretas, perceber-se-ia, mas assim, não se percebe.

Mário Soares é um caso mais grave: Em vez de preconizar o derrube do Governo pelo voto, como Freitas, preconiza que seja pela violência, como Vasco Lourenço. Só que, enquanto Lourenço quereria que os seus camaradas de armas derrubassem o Governo, por o considerar ilegítimo, mas reconhece que não há condições para isso, Soares julga que a queda do Governo é para já, e se não for a bem, será a mal (e na sessão da Aula Magna, pensava que a invasão da escadaria pelos polícias era já um sinal da queda do Governo, se não do regime). Que pensa Soares que se passará no dia seguinte à queda do Governo? Eleições? Será que isso resolve, na mente de Soares, os graves problemas que vê ou julga ver, como a destruição em curso do SNS, que segundo ele até já nem existe, e o fim do Estado Social? Que Governo preconiza? Com quem? Se, por milagre ou golpe de magia, Soares se visse amanhã com todo o poder, que faria? E com que dinheiro?

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