quinta-feira, 12 de julho de 2012

Espiral recessiva?

Segundo a teoria da espiral recessiva, austeridade cria recessão, recessão faz diminuir o consumo e provoca desemprego, estes factores aumentam as dificuldades financeiras e causam mais austeridade, criando-se assim um ciclo autoalimentado que só pode acabar por sucessivos agravamentos da crise. A lógica parece imbatível, mas a realidade desmente este encadeamento. A ser verdade estarmos a cair numa espiral recessiva, se este ano se prevê uma queda do PIB de 3%, para o ano seria de esperar uma queda ainda maior e no ano seguinte ainda mais e assim por diante, até que o BE tivesse maioria, formasse governo e dissesse: "Não pagamos!" ou o PCP conseguisse instrumentalizar o descontentamento e comandasse a revolução proletária. Porém não é isso que se prevê. Ou as entidades que apresentam previsões se enganam todas, incluindo o Governo, que pode ser movido por interesses políticos, mas também o BdP, a UE e a OCDE, ou não há qualquer espiral. O PIB não deve cair mais em 2013 do que neste ano, pelo contrário não se prevê mesmo que continue a diminuir, o défice deverá melhorar, as exportações devem continuar a crescer e a balança comercial com o exterior poderá, pela primeira vez desde os anos 40 do século passado, vir a estar equilibrada. Claro que o desemprego ainda deve continuar a crescer, já que apresenta sempre um desfasamento em relação aos factores financeiros, mas se os sinais positivos se confirmarem poderemos prever que a prazo também aí deverão verificar-se melhoras.

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