sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sessões contínuas

Ainda haverá quem se lembre dos cinemas de sessões contínuas? O bilhete dava para entrar a qualquer momento e, como o que era mais provável era apanhar o filme no meio, bastava esperar que, depois do fim, repetissem tudo outra vez. E se se gostava, bastava ficar sentado e ver outra vez, e outra, e outra...

Já não há cinemas de sessões contínuas, mas há melhor: TVs de sessões contínuas (ou quase). Os canais de informação repetem, repetem e repetem vezes sem conta a mesma notícia. Às vezes muda o jornalista, mas as palavras e as imagens são exactamente as mesmas. O pior é que no canal ao lado também passa a mesmíssima notícia, e no outro também, embora a redacção da notícia seja ligeiramente diferente. Assim, como nas sessões contínuas, se se perde o princípio da notícia, basta esperar sentado (ou aproveitar para ir fazer qualquer outra coisa num instante) para daí a pouco ouvir e ver tudo outra vez.

O engraçado é que apesar da repetição, que levaria a pensar que não há novas para encher o tempo do noticiário, há coisas que se passam no mundo ou até aqui ao pé da porta e que não chegam a ser noticiadas. Claro que, como não posso ver todos os canais noticiosos durante todo o dia, nunca posso ter a certeza absoluta de que um acontecimento de que só soube por outras vias não foi mesmo noticiado, mas se o foi, foi tão rapidamente que passou despercebido. Por exemplo: Alguém viu nalgum desses canais qualquer referência à presença em Portugal da Princesa herdeira do Sião, que veio inaugurar há 2 dias um pavilhão tailandês que nos foi oferecido pela Tailândia para comemorar os 500 anos de boas relações entre os nossos dois países? Eu não consegui apanhar qualquer notícia sobre o assunto. Soube do acontecimento pelo blog Lisboa S.O.S..

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