terça-feira, 1 de novembro de 2011

Referendo na Grécia

A decisão de Papandreu de pedir aos gregos que se pronunciem em referendo sobre o perdão de 50% da dívida soberana e o novo empréstimo já acordado é uma jogada muito perigosa, mas audaciosa. Sem este referendo, Papandreu e o seu governo continuariam a ter de enfrentar uma reacção popular muito violenta às medidas de austeridade. É possível que, mesmo na hipótese de Papandreu ganhar o referendo, as manifestações de protesto continuem e sejam talvez ainda mais violentas com o endurecimento das medidas, mas faltar-lhes-á legitimidade. Por outro lado, se o "não" ganhar, como indicam as sondagens, a situação na Grécia só pode piorar e a banca-rota será inevitável. Não vejo como Papandreu pode continuar a presidir ao governo grego e, com eleições antecipadas ou sem elas, as consequências para a Grécia e para a Europa serão terríveis. Se hoje, segunda-feira 31 de Outubro, só por se noticiar a perspectiva de referendo, as bolsas caíram e as taxas das dívidas portuguesa e italiana subiram, é difícil imaginar o que acontecerá se Papandreu perder.

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