sábado, 26 de novembro de 2011

Estaremos a empobrecer? E os juros?

aqui defendi que não estamos a empobrecer: Já éramos pobres, mas, graças a viver com dinheiro emprestado, podíamos disfarçar. Agora revelou-se a nossa pobreza.
Também, mais recentemente, estranhei que toda a gente se tenha subitamente posto a estranhar que tenhamos de pagar quantias chorudas de juros do empréstimo do resgate.
Felizmente verifico que há quem esteja de acordo comigo nas duas questões. Diz rui a. no Blasfémias:

«estaremos mesmo a empobrecer?

Será que o país está realmente a empobrecer com as políticas deste governo, como sugerem, por aí, comentadores e opinadores diversos? Por acaso o governo mandou encerrar empresas e fábricas, destruiu fontes de recursos, mandou reduzir a produção, nacionalizou empresas privadas e pô-las a perder dinheiro, ou será que este governo se tem limitado, de calças na mão, é certo, como o faria qualquer outro no mesmo lugar, a pagar o que é devido aos seus credores, de modo a poder continuar a ter acesso a dinheiro que lhe permita evitar a falência? Sendo, evidentemente, isto que se passa, se Portugal não perdeu produto por estar a pagar o que deve, há uma conclusão a retirar do actual estado em que nos encontramos: ele é apenas o estado real do país – de pobreza, é certo – de um país que abandonou os campos, reduziu as pescas, limitou a iniciativa privada, que criou falso desenvolvimento público com recursos desbaratados vindos do exterior, que pouco ou nada produz, que abandonou, há muito, as exigências de qualidade na educação, na justiça, na segurança, na saúde, que exige direitos e quer poucos deveres, e que tem vivido acima do valor real do seu produto interno, à custa do crédito externo, ou seja, do dinheiro que alguém lá fora produz. Por outras palavras: nós não estamos a empobrecer; nós somos pobres. Agora que os avalistas – as célebres agências de rating – desconfiam da nossa capacidade real para pagar o que devemos e o que mais queremos ficar a dever, estamos somente entregues a nós mesmos, ao que somos ou não somos capazes de produzir, e à obrigação natural de pagar aquilo que voluntariamente ficamos a dever a quem nos emprestou. Entretanto, quanto aos juros da dívida contraída pelo PS, PSD e CDS – os célebres 34 mil milhões -, se houver por aí quem arranje dinheiro a preço mais barato, será certamente bem-vindo.»

É mesmo assim.

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