sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Juros

Não é nenhuma novidade que Portugal tenha de pagar juros e encargos pelos empréstimos concedidos ao abrigo do apoio financeiro do trio UE-BCE-FMI que são quase metade do valor emprestado. Era um facto sabido e já comentado e não é difícil de calcular esse valor a partir das taxas e dos prazos, como faz qualquer pessoa que pretenda pedir um empréstimo e tenha a cabeça no sítio. Já se tinha falado disso, mas agora a comunicação social em coro desatou a mencionar o assunto não só como se fosse uma descoberta actual mas também fosse um escândalo. Claro que o PCP e o BE aproveitaram para as suas críticas ao governo, à troika e ao sistema financeiro internacional.

Mas será que nunca pediram um crédito-habitação, nunca pediram um empréstimo para qualquer outro fim nem compraram bens a prestações. Principalmente nos empréstimos a longo prazo, como os de crédito-habitação, fazendo as contas toda a gente sabe que vai pagar muito mais pela casa do que se comprasse a pronto.

Concretamente no caso do resgate português, que alternativa haveria? Se Portugal não tivesse pedido o apoio, mesmo que conseguisse continuar a financiar-se no mercado, os juros seriam muito superiores e portanto o valor final, mesmo se fosse, por hipótese, suportável, seria muito superior aos tão falados 34,4 mil milhões.

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