terça-feira, 13 de setembro de 2011

Taxas e mercados

No Quarta República fala-se da probabilidade de banca-rota da Grécia perante os juros altíssimos a que a dívida grega está sendo transaccionada.

Francamente não percebo bem o problema, provavelmente por causa dos meus fracos conhecimentos de economia e da nula sabedoria de finanças: Se bem percebo, desde o início do programa de ajuda da troika que a Grécia não recorre ao mercado financeiro ou pelo menos não recorre em escala apreciável, como acontece com Portugal. Até ao fim do programa de resgate, todo o financiamento é assegurado pelo FMI + BCE + UE, desde que a Grécia cumpra determinadas condições. Se é assim, as taxas mirabolantes a que os títulos de dívida da Grécia são transaccionados são, de certeza, os do mercado secundário. Portanto a Grécia não paga juros exorbitantes, paga os que contratou ao vender os títulos. O problema não estará portanto em a Grécia não ser capaz de pagar os juros altíssimos, está em ser capaz de cumprir ou não as medidas impostas, pois se não as cumprir terá de tentar voltar ao mercado e neste, embora mercado primário, as taxas são influenciadas pelo que se passa no secundário. Outra questão, mas que não se põe imediatamente, é que mesmo que cumpra tudo, quando o programa chegar ao seu termo, lá terá de ir ao mercado e então, embora cumpridora, é provável que os investidores não estejam muito dispostos a emprestar a juros compatíveis com as debilitadas possibilidades gregas. Gostava muito que alguém me dissesse se eu estou errado, ou se estão os que se assustam tanto com as taxas.

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