sábado, 23 de julho de 2011

Austeridade revisitada

Várias vozes, desde economistas estrangeiros com o Prémio Nobel ou nacionais sem prémios, até comentadores, criticam as medidas de austeridade e tanto as consideram ineficazes como temem as suas consequências recessivas. A estas vozes juntam-se, por motivos diferentes, os partidos de esquerda, que recomendam a renegociação da dívida e dizem que a austeridade é a causa de todos os males. Não sou economista nem comentador e não milito em partidos, nem de esquerda mas também não de direita ou de centro, mas parece-me que, se para manter o nível de vida que temos tido, foi preciso endividarmo-nos ao ponto que chegámos, a austeridade necessária e suficiente para passarmos a viver só com o que ganhamos sem pedir emprestado é uma consequência inevitável do limite do endividamento. Por outro lado, parece-me evidente que, se pedíssemos qualquer renegociação da dívida, a austeridade viria automaticamente por mais ninguém estar disposto a emprestar-nos dinheiro. Não há fuga possível e mais vale sermos nós a decidir o melhor modo de ser austero com tempo e os meios da ajuda exterior do que termos uma profunda crise repentina por não termos possibilidades de fazer frente às nossas necessidades.

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