domingo, 18 de janeiro de 2009

Sócrates igual a si mesmo




Acabei de assistir ao exercício de autopropaganda de Sócrates na apresentação da sua moção de estratégia. E fiquei a compreender que a estratégia de Sócrates continua a mesma: autojustificar-se, autopromover-se e travestir as suas promessas de linguagem mistificadora que leve a pensar que são mais aliciantes. No fundo, quase nada de novo. O elogio da sua acção reformista, nomeadamente no campo da educação, sem reconhecer o completo falhanço e a desgraça em que o seu governo fez cair o sector do ensino, e ainda referências ao Plano Tecnológico, que se nota tão pouco, à célebre exportação de tecnologia por Portugal, que foi Sol de pouca dura, à consolidação das contas públicas, à nossa custa e que vai ser completamente varrida pela crise, a tal que até há pouco tempo nem se sentiria graças à boa saúde económica do país, e finalmente à acção social, que, segundo disse, estava a fazer diminuir a pobreza e o fosso entre ricos e pobres, o que não tem sido confirmado pelas notícias mais recentes.

Parece que vivemos num país de sucesso e que, com a firme acção do governo e das suas medidas anticrise, até conseguiremos ultrapassar o “Cabo das Tormentas” e chegar incólumes ao ano de 2010, em que retomaremos a via do progresso. Só Sócrates a descortina. As previsões da OCDE, do FMI e principalmente as mais recentes do Economist não abalam a esperança do PM na passagem da crise quase sem dor.

Pelo caminho prepara a legalização dos casamentos de homossexuais, cedendo ao lóbi da JS, como se o país não tivesse outras preocupações mais prementes, e o desagravamento dos impostos dos mais pobres à custa do agravamento dos dos mais ricos. O pior é que já sabemos que para estas medidas que mexem com ajudas e impostos, o nível a partir do qual somos considerados ricos e não merecemos qualquer ajuda, só agravamentos, é muito baixo.

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