A declaração feita hoje com solenidade pelo PM José Sócrates foi patética. Perdi um bom bocado da tarde à espera de que Sua Excelência se dignasse falar e afinal a montanha pariu um rato. Pensei que num acesso de vergonha iria anunciar que ia apresentar o seu pedido de demissão ao Presidente da República ou então iria contrapor argumentos e factos indiscutíveis de tal modo determinantes que todo o bom povo ficaria convencido da sua completa inocência. Em vez disso não disse nada de novo e limitou-se a insistir na tese da cabala. Não percebi a lógica de acusar a comunicação social por um lado de calúnias e manipulação e por outro de usar fugas de informação. Se as notícias vindas a lume se baseiam em fugas de informação, não se trata de calúnias; as fontes de onde esssas fugas podem provir (neste caso naturalmente a Procuradoria Geral da República ou o DCIAP) não costumam deixar fugir calúnias, mas sim informações reais.
Não sei se Sócrates é culpado ou não. Só sei que a maneira como se defende não inspira confiança. Não me refiro à eventual falta de honestidade, mas sim à evidente falta de competência.
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