domingo, 6 de março de 2016

Sobressaltos

O actual Primeiro-Ministro de Portugal, de sua graça António Costa, debitou, a propósito dos 100 dias do seu Governo, a seguinte declaração solene: "Portugal recuperou a normalidade e os portugueses deixaram de viver em sobressalto." Ao ouvir esta declaração tive um sobressalto. Costa considera normal chefiar, num país democrático, um Governo que sobrevive graças ao apoio dos comunistas do BE e do PCP, que deve a possibilidade da sua própria existência à celebração de acordos com esses partidos extremistas, acordos que omitem as principais questões que podem garantir a sobrevivência económica do País, mas que incluem obrigações que põem em perigo a sustentabilidade das nossas finanças. Costa acha normal apresentar em Bruxelas um esboço de orçamento que merece reparos e críticas, propor ao Parlamento um orçamento que, mesmo após erratas e emendas, tem erros, apresenta perigos e necessita de medidas suplementares. Costa não se dá conta dos sobressaltos que impôs aos portugueses, quase diários. Agora é que vivemos tempos de anormalidade e de sobressalto.

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