segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A falta de cadeiras

A  escolha dos representantes da Assembleia da República para o Conselho de Estado nunca deu tanto que falar. O parlamento tem direito a designar 5 conselheiros. A distribuição exige um acordo entre os partidos e a tradição é atribuir 3 lugares para o partido maioritário e 2 para o segundo partido. Mas desta vez as coisas complicaram-se, tal como aconteceu na atribuição do direito de formar Governo. O PS sente-se no direito a 3 lugares, apesar de não ter sido o mais votado, devido ao apoio dos partidos de extrema esquerda. Mas esta apoio não é grátis; o BE já reclamou 1 lugar para si e o PCP dá indícios de que também o deseja, embora afirme que não anda à procura de lugares. São candidatos a mais para as 5 cadeiras. Quase me apetece sugerir que joguem ao jogo das cadeiras, em que os n candidatos fazem roda em volta de n-1 cadeiras que tentam ocupar ao sinal combinado, sobrando naturalmente o candidato mais lento, que já não encontra cadeira onde se sentar.

(Não resisti a reproduzir esta ilustração do sítio da Renascença.)

É o oposto de "As Cadeiras" de Ionesco, em que sobram cadeiras vazias e falta quem as queira ocupar.


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