quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Comunicação social: imprecisões e confusões

O número de disparates que se ouvem ou lêem diariamente na comunicação social parece estar a aumentar. Se fosse possível estar senpre a ouvir com um caderno e um lápis para tomar nota das imprecisões e confusões que se ouvem, poderia fazer-se um relato diário. Um pouco de cuidado evitaria estas ocorrências. Vejamos alguns exemplos de hoje:

A RTP-Informação lista diariamente as cotações e variações das acções do PSI20. Pois uma das cotadas é o BES que todos os dias, segundo a RTP, cai 40,5% para 0,12 €. Não há um responsável que verifique que o BES já não faz parte do PSI20 há mais de um mês e não pode continuar a desvalorizar-se diariamente, mantendo, muito embora, a mesma cotação!

Na TVI24, Rita Rodrigues informa que "A inflação caiu 0,4% no mês de Agosto". Ora a inflação não caiu, pelo contrário, até subiu, já que passou, em termos homólogos, de -0,5% pra -0,4%. Tornou-se menos negativa e portanto subiu. O que caiu foram os preços. A inflação foi de -0,4%. Mas o jornal Económico, de que me socorri para me certificar se estava certo, embora dê a notícia correctamente, cai no sub-título no mesmo erro, o escrever que a inflação "recuou 0,4%". Não recuou, não senhor, avançou 0,1 pontos percentuais, ou seja, 20% (em relação ao valor do mês anterior).

O canal Euronews, que tem a vantagem de dar notícias que por cá são, por vezes, completamente silenciadas, também por vezes informa mal. Hoje (10) de manhã, noticiou que Carlos Moedas tinha ficado com o pelouro do trabalho e emprego na nova Comissão Europeia, quando os canais portugueses já tinham informado que seria o comissário encarregado da investigação, inovação e Ciência.

Espero que amanhã o número de disparates, imprecisões e confusões seja menor.

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