terça-feira, 1 de maio de 2012

Fenómeno

O fenómeno do dia não foi o movimento de massas trabalhadoras a comemorar o Dia do Trabalhador ou a protestar contra as medidas do governo e a austeridade. O fenómeno a sério foi a afluência extraordinária em todo o País, não às manifestações e às marchas (afluência que neste caso nem foi grande coisa, a julgar pelas imagens das TVs), mas sim ao Pingo Doce mais à sua promoção. Conclusões? Não sou capaz de as tirar, nem sequer sou sociólogo nem economista. Mas este fenómeno levou-me a pensar que, apesar da crise, ainda há muita gente com dinheiro para gastar. Por outro lado, as mesmas pessoas que foram alegremente gastar o seu dinheiro fizeram-no para poupar. Portanto já não sei se devo dizer que foi "apesar da crise"; se calhar foi por causa da crise. Mas o que mais me impressionou foi o pouco valor que a maioria das pessoas dá ao seu tempo. Quando se afirma com ar sério que valeu a pena estar 4 horas à espera na bicha para poder entrar no supermercado e mais 2 horas para pagar, mesmo que assim tenham poupado 50, 100, 200 ou 500 euros, é porque se considera que o tempo vale pouco.

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