sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A sociedade americana segundo Obama


O acordo obtido há poucos dias pelo Congresso americano sobre o aumento do limite da dívida e o modo de o financiar foi por muitos considerado uma derrota de Obama. Não estou bem ao corrente dos meandros da política americana para saber se têm razão, mas é significativo que muitos democratas, principalmente na câmara dos representantes, tenham votado contra, ao passo que os que de entre os republicanos tomaram a mesma atitude foram muito poucos. O acordo, portanto, agradou mais aos representantes dos republicanos do que aos do Partido Democrático, o partido de Obama. Porém os noticiários da Euronews, que sempre me pareceram parciais em questões políticas, afirmaram que o acordo tinha sido uma vitória de Obama.

Derrota ou vitória, não há dúvida que Obama tentou tirar dividendos no discurso em que louvou o acordo que lhe terá eventualmente desagradado. Mas o que mais me chamou a atenção foi uma questão absolutamente secundária, mas que revela o que Obama pensa sobra a estrutura da sociedade americana. Afirmando que todos os americanos tinham ganho com o acordo, Obama resolveu especificar: "... brancos, negros, hispânicos, latinos, americanos nativos, homossexuais e heterossexuais...". Não sei porque esqueceu Obama os bissexuais e os transgénero (A ILGA não deve ter gostado). Mas já que além das etnias que são mais importantes na sociedade americana achou por bem incluir outros tipos de classificação dos cidadãos, não teria sido mais natural referir, por exemplo, mulheres e homens, novos e velhos, ricos e pobres, ou mesmo altos e baixos? Porquê privilegiar a orientação sexual?

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