Dificilmente poderia ser mais infeliz a reacção de Sócrates ao estudo elaborado por técnicos do BPI e apresentado ontem por Fernando Ulrich. Segundo o Público on line José Sócrates afirmou:
«É incrível que os mercados financeiros, que provocaram a crise mundial, sejam os primeiros a recriminar os estados por manterem a dívida que os ajudou a sobreviver». Mas eu ouvi ainda mais (cito de memória): «É irónico que estas críticas venham do sector financeiro que foi o responsável pela actual crise e venha agora criticar as medidas para sair da mesma crise.»
Como habitualmente Sócrates tenta matar o mensageiro quando a mensagem não lhe agrada, mas desta vez errou rotundamente o alvo: Ulrich não é o sector financeiro nem o seu porta-voz. O BPI, que eu saiba, não precisou de ajuda de qualquer estado para sobreviver à crise. As medidas tomadas pelo Estado português para ajudar o sector financeiro, pelo que se vê dos casos BPN e BPP, foram o mais ineficientes possível, mal estudadas e mal executadas, com desfechos ainda incertos e muitas vítimas inocentes. Li o estudo do BPI e não enxerguei críticas nem recriminações; vi factos e cálculos para revelar dados que o governo tenta esconder. Quanto a mim tratou-se de um serviço relevante prestado ao País e que mereceria elogios da parte do governo. As críticas de José Sócrates são um péssimo indício sobre o que tenciona fazer para lutar contra a realidade revelada no estudo.
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