quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ainda o Orçamento

Pouco posso acrescentar ao que tantos ilustres economistas tê dito a dissecar o OE até à medula, mas não quero deixar de dar a minha opinião sobre dois aspectos. O primeiro prende-se com a revelação de que afinal o défice de 2009 ascendeu a 9,3%. A subida das previsões até ao valor real foi quase logarítmica: 1,6, 2,2, 3,9, 5,9 (sucessivas previsões do governo), à roda de 8 tomando a previsão da UE como referência (intervenção do Ministro já quase no final do ano), rumores de que seria superior a esses 8, talvez 8,4 ou mesmo 8,7, e finalmente a revelação: 9,3. É difícil acreditar que o Ministro das Finanças não soubesse este valor ou a sua aproximação com antecedência. Como disse o ex-ministro Campos Cunha, a meio do ano já se pode ter uma boa aproximação do valor final. Houve uma clara camuflagem. De qualquer modo, não me parece correcto que um dado importante relativo a um ano só seja divulgado no documento de programação para o ano seguinte, mormente quando este documento, por força da tomada de posse do novo governo, só é divulgado com o ano bem entrado. O segundo aspecto tem a ver com o facto de não ser este o orçamento de viragem que se impunha. A desilusão dos economistas chamados a comentar é bem patente.

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