segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Tanta pressa porquê?

As eleições para o novo Presidente do PSD decorreram no último Sábado, dia 13, no 1.º dia do fim-de-semana, período de merecido descanso. Hoje é, portanto, o primeiro dia útil após a eleição de Rui Rio, que não teve tempo para fazer contactos para quaisquer alterações de órgãos dirigentes do partido. Como é presidente eleito, mas só tomará posse depois do Congresso, que apenas decorrerá daqui a um mês, não é exigível que comece já hoje com quaisquer iniciativas. Mas parece que os barões e baronetes do partido e vários politólogos não pensam assim e todos decidiram dar sugestões, quase exigências, sobre o que Rui Rio deve fazer e até do que já deveria ter feito. Como se estas sugestões e quase exigências não fossem suficientes, sugere-se ainda que os titulares de cargos no Partido tomem eles próprios a iniciativa que, pensam, se impõe após e vitória de Rio. Marques Mendes abriu logo no Domingo o espectáculo declarando que Hugo Soares deveria pôr o lugar à disposição, logo imitado por Manuela Ferreira Leite. Qual é a pressa? E põe-se a questão, que parece não aflorar aos neurónios de Mendes nem de Ferreira Leite: pôr o lugar à disposição de quem? O lugar de Hugo Soares como Presidente do grupo parlamentar do PSD, é de escolha do dito grupo parlamentar. Ora o Presidente do partido mudou ou mudará no próximo congresso, mas os deputados que formam o grupo parlamentar não mudaram nem se prevê que mudem até lá. Portanto ou todos colocariam o seu respectivo lugar à disposição dos eleitores, os que os elegeram, o que é impossível, ou então não tem sentido mudarem de opinião por irem mudar de Presidente. Claro que toda a gente sabe que as escolhas dos deputados são influenciadas, quando não comandadas, pela direcção política, mas também se dá o caso de que esta ainda é a mesma. Por estas razões parece-me que Mendes e Ferreira Leite se apressaram demasiado. Deixem Rui Rio decidir, falar e, principalmente, tomar posse, e dêem então as sugestões que quiserem, mesmo as que não tenham qualquer cabimento.

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