domingo, 26 de março de 2017

Corte de relações

É lícito que um Ministro dos Negócios Estrangeiros corte as relações com um responsável internacional, com o qual deverá relacionar-se politicamente, alegando que o diálogo com aquele se tornou impossível devido a uma frase infeliz que considerou ofensiva? Já aqui deixei a minha opinião de que a referida frase não tinha a carga ofensiva que lhe quiseram atribuir e, mesmo que a tivesse, nada indicava que fosse dirigida em particular ao nosso País. Mas, mesmo que houvesse razões para Augusto Santos Silva se sentir ofendido, um Ministro dos Negócios Estrangeiros de um governo da UE e, para mais, da Zona Euro, não pode recusar-se a dialogar com o Presidente do Eurogrupo quando o assunto for oficial. Pode recusar conversas não oficiais, seja sobre o tempo ou sobre outro qualquer assunto, mas, mesmo desejando e reclamando a demissão de Dijsselbloem, enquanto ele se mantiver no cargo, terá de manter as relações oficiais que os cargos respectivos exigirem.

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